Fonte Reuters Por Aluísio Alves e Tatiana Bautzer)
SÃO PAULO – As seguradoras contratadas pela Samarco Mineração podem enfrentar perdas de cerca de US$ 70 milhões por prejuízos decorrentes do rompimento de duas barragens de rejeitos de mineração na cidade de Mariana (MG), na semana passada, disse uma fonte a par do assunto.
A apólice total para cobertura de danos materiais e para perda de receita causados pelo acidente à companhia, uma joint venture da Vale e da australiana BHP Billiton, é de cerca de US$ 600 milhões, disse a fonte que pediu anonimato, porque o assunto é sigiloso. Mais cedo, uma outra fonte afirmou à Reuters que o valor da apólice era bem superior a R$ 1 bilhão.
A diferença entre o valor total da apólice e o que deve efetivamente ser pago se deve às proteções contidas na apólice para cada tipo de sinistro. A Samarco deverá pagar uma franquia de US$ 500 mil.
A apólice para danos foi contratada inicialmente à Bradesco Seguros, mas repassada no começo deste ano à norte-americana ACE, que tem cerca de 80% do contrato para cobertura de danos materiais. A seguradora canadense Fairfax confirmou que tem uma participação pequena na apólice. A mesma apólice tem uma cobertura para lucros cessantes, mas esta está sob liderança da Mapfre.
A Samarco tem capacidade de produzir 30 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro ao ano, o que corresponde a cerca de 2% do mercado global, segundo analistas.
Nesta tarde, o governo de Minas Gerais embargou todas atividades da mineradora Samarco na região do acidente, que deixou 25 desaparecidos e 601 desabrigados até o momento.
Uma segunda apólice, a de responsabilidade civil, de cerca de US$ 70 milhões, foi contratada com a Allianz. Os contratos foram intermediados pela corretora Willis.
A ACE é a seguradora que comprou a carteira de grandes riscos do Itaú Unibanco por R$ 1,515 bilhão, operação anunciada em 2014. Consultada, a ACE afirmou que “não faz comentários sobre catástrofes individuais ou perdas específicas”. A Allianz disse que não comentaria o assunto.
A Samarco afirmou em nota que seu foco agora é o atendimento às pessoas e a mitigação de danos ao meio ambiente. A empresa confirmou a paralisação das operações na unidade de Germano (MG). Na Unidade de Ubu, em Anchieta (ES), as operações industriais serão paralisadas ao final dos estoques.
Um porta-voz da Mapfre não foi encontrado para comentar.