Fatca: Brasil e EUA concluem acordo

Fonte: CNseg

O Fatca, um dos temas de interesse institucional da CNseg, teve mais um capítulo concluído nesta terça-feira e prevê a troca de informações financeiras de cidadãos americanos com contas no Brasil e de brasileiros com investimentos naquele país até o fim de setembro. É o que determina decreto que regulamenta o Ato de Conformidade Fiscal de Contas Estrangeiras (Fatca, na sigla em inglês), publicado no Diário Oficial da União. Este era o passo final para o intercâmbio entre Brasil e Estados Unidos entrar em vigor, desde que o acordo foi assinado em setembro do ano passado e ratificado pelo Congresso Nacional em julho deste ano.

A medida alcançará contribuintes de um país com contas correntes com saldo de pelo menos US$ 50 mil no outro país. Pelo regulamento, bancos, corretoras e seguradoras terão de encaminhar à Receita Federal o valor de depósitos, dividendos, reservas e investimentos de pessoas físicas e empresas americanas no Brasil, que repassarão as informações aos Estados Unidos. Em contrapartida, as instituições financeiras americanas terão de fazer o mesmo com correntistas brasileiros e informar ao Internal Revenue Service, órgão norte-americano equivalente ao Fisco, que transmitirá os dados à Receita. No caso das seguradoras, a informação de interesse é o valor que o cliente tem direito a resgatar ou dar em garantia de empréstimo, tanto nos planos de pessoas, como nos de previdência, quando superior a US$ 50 mil.

Em 2016, além dos saldos, os dois países trocarão automaticamente informações sobre rendimentos de aplicações financeiras, além das movimentações realizadas (aportes e resgates).
O Fatca permite ainda que haja a solicitação, não de forma automática, de informações complementares, como imóveis comprados por brasileiros no exterior. A expectativa da Receita Federal é trocar informações com outros países a partir de 2018. O intercâmbio multilateral depende de os países do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta) ratificarem acordos assinados entre os membros do bloco.

Em setembro, os dois países passarão a trocar informações relativas a 2014. Em setembro de 2016, serão trocados dados financeiros de 2015. Por causa do limite mínimo de US$ 50 mil em conta-corrente, o coordenador-geral de Relações Internacionais da Receita Federal, Flávio Araújo, esclarece que um pequeno número de correntistas será afetado. “São poucos contribuintes, mas que detêm grande patrimônio e têm potencial de sonegação e de elisão”, informou ele. “São poucos contribuintes, mas que detêm grande patrimônio e têm potencial de sonegação e de elisão”, concluiu.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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