O processo de integração das marcas Yasuda Marítima está indo de vento em polpa e o cronograma segue dentro do que previsto, independentemente da crise que assola o Brasil. Em 2014, o grupo beirou os R$ 3 bilhões em prêmios emitidos líquidos e apresentou crescimento significativo em carteiras como a de seguros corporativos (53%), massificados (17%), pessoas, (13,5%) e saúde (10%). “Agora, com a unificação e repaginação de alguns produtos e a criação de outros, vamos trabalhar para incrementar ainda mais nossa participação no mercado nacional, que é estratégico para a Sompo Holdings”, afirma Francisco Caiuby Vidigal Filho, diretor-presidente da Yasuda Marítima Seguros. Veja abaixo a entrevista.
Quais as metas do grupo para 2015?
A Yasuda Marítima vem passando pelo processo de unificação, que é atípico dentro de uma empresa, mas que vem propiciando experiências bastante edificantes na companhia. Por meio dele também implementamos novos processos, investimos em tecnologia, pudemos estudar cada um dos produto que disponibilizamos e, com isso, incrementá-los ainda mais para que os parceiros corretores tenham na Yasuda Marítima, produtos que atendam a todos os segurados que integrem sua carteira de clientes. Uma das metas do grupo é expandir a atuação pelo Brasil, já que observamos oportunidades de crescimento de diversas carteiras em diferentes regiões. Com a integração das marcas que deram origem à Yasuda Marítima, observamos um incremento na agilidade e na gestão de uma série de processos, melhora na eficiência operacional; sem contar na motivação da equipe de toda a companhia, que está imbuída em alcançar nossas metas. Além disso, agregamos novos talentos em várias áreas para contribuir para que nosso planejamento estratégico seja concretizado.
Quais segmentos são prioritários?
Para 2015, estamos com um foco em incrementar nossa participação nos seguros de Pessoas, Transportes, RE Compreensivos (Residencial, Condomínio e Empresariais, por exemplo). Alguns movimentos relacionados a esses segmentos já foram colocados em prática. Nos seguros de Pessoas, lançamos em parceria com a PET Assist uma cobertura por meio da qual o bichinho de estimação tem sua qualidade de vida garantida caso seu tutor venha a faltar. Também lançamos o Vida PME Supersimples, que é um produto de fácil contratação, voltado para pequenas empresas. Ainda na área de Vida, lançamos a campanha Selfie dos Campeões, para estreitar o relacionamento com os parceiros corretores de seguros de todo o Brasil e incentivá-los nas vendas dos produtos desse segmento. Ao fechar contratos em qualquer um dos produtos de pessoas, o corretor terá a oportunidade de acumular pontos que podem ser trocados por prêmios que vão desde equipamentos eletrônicos até um carro 0 km. Vale ressaltar que trouxemos especialistas de diversos segmentos que incrementam com know how de décadas de mercados áreas importantes para a companhia, a exemplo de Desenvolvimento de Produtos, Transportes, Sinistros e Operações, Patrimonial (Empresarial e Massificado), entre outros.
Algum deles se torno estratégico em razão da crise do Brasil?
Nosso Planejamento Estratégico 2015 contempla crescimento nas regiões com base nas carteiras com maior demanda local. Por exemplo, Seguros de Transportes deve apresentar uma demanda significativa em regiões, como por exemplo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio Grande do Sul; independente do arrefecimento da economia. Isso porque, ainda que o segmento logístico sofra com os reflexos da economia, seus executivos vão precisar encontrar meios de reduzir custos e serem mais eficientes. Um desses meios é a gestão de risco, que é um dos trabalhos que a Yasuda Marítima realiza na área de Transportes e pode contribuir sobremaneira no ganho de eficiência e economia para seus segurados. Outro ponto é que ainda há muito espaço para crescer nessa área em muitos Estados.
Quais os principais riscos que ameaçam as metas em 2015?
É claro que, num cenário de adversidades temos que ficar atentos a fatores que podem influenciar direta ou indiretamente o mercado de Seguros. A queda na empregabilidade tende a afetar a área de Benefícios e a expectativa de queda na produtividade e no consumo influencia na contratação de outras categorias. Mas observamos que, segmentos nos quais temos trabalhado significativamente, ainda há muito espaço para concentrarmos esforços. A Yasuda Marítima, por exemplo, tem produtos na linha Empresarial que tem especial apelo para PMEs. Basta verificar que o número de Pequenos Negócios no Brasil saltou de 5,6 milhões em dezembro de 2011 para 9,8 milhões em abril deste ano, segundo o SEBRAE. Além disso, de janeiro a maio deste ano, mais de 800 mil novas empresas foram criadas, a grande maioria PMEs. Muitos desses empreendimentos, que acabam de ser formalizados por todo o País, vão demandar não só o segmento Empresarial, mas diferentes produtos de seguros; como Frotas, Vida, Responsabilidade Civil e outros.
Há um plano B para o segundo semestre?
Nosso planejamento estratégico contempla um leque de produtos e uma área de abrangência bem significativos. Para dar suporte às nossas estratégias, nossas equipes de venda e relacionamento com o corretor, bem como área de marketing já têm estruturadas ações para marcar ainda mais presença da nossa marca nos nossos mercados-alvo. Eventualmente, como já é comum numa estratégia ampla como essa, ajustes podem acontecer no desenvolvimento das iniciativas. Mas nada que não esteja previsto. Para traçarmos planos e metas que pudessem ser alcançadas, realizamos uma série de reuniões que envolveram desde os executivos de nossas regionais até o board da companhia. Fizemos um raio X dos ramos com mais potencial para atender as demandas de cada região e estabelecemos os meios que vamos adotar para dar suporte ao corretor local para atender ao seu segurado. Dessa forma, acreditamos que a capilaridade e o potencial de mercados “verdes” em muitos segmentos serão um ponto a favor para conquistarmos market share.
Como vê a consolidação do setor?
Isso já era um movimento esperado. O setor de seguros vem ampliando sua participação no PIB no Brasil. E isso, sem dúvida, iria atrair a atenção de players globais. Na verdade, pode-se dizer que houve uma transformação desde a abertura do mercado de resseguros no País. Isso só fez aumentar o potencial local para subscrição de risco, que ainda é bastante atraente. Basta verificar o número de resseguradoras inscritas na SUSEP. Da mesma forma, o mercado está cada vez mais concorrido e conhecer a realidade local é uma vantagem competitiva. A Yasuda Marítima conta com o suporte e know how da Sompo Holdings, que é um dos maiores grupos seguradores do mundo. Isso, aliado ao conhecimento de nossa equipe do mercado brasileiro são requisitos que consideramos valiosos.
É comprador/vendedor?
Nós consideramos salutar e benéfico para o mercado o movimento de consolidação e também dos IPOs do IRB e Caixa Seguridade. Estamos atentos às oportunidades para expansão de nossas carteiras nas diferentes modalidades de seguros. Porém, no momento, temos outras prioridades estratégicas.