Venda do setor avança 34,8% em setembro, para R$ 14 bilhões, puxada pelos planos VGBL

Fonte: Jornal do Commercio

A atividade de seguros, nas suas diversas modalidades, voltou a apresentar expressivo crescimento em setembro, como vem ocorrendo desde de junho, depois de um fraco primeiro semestre. As vendas em setembro – de 2013 para 2014 – passaram de R$ 10,439 bilhões para R$ 14,068 bilhões, expansão de 34,8%, o melhor desempenho do ano, como indicam as estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), sem o ramo saúde e VGBL incluso. Sobre agosto, o avanço foi de 7,5% e no acumulado no ano chegou a 12,1%, com receita de R$ 117,700 bilhões. Se excluído da conta o VGBL, um plano previdenciário, o faturamento do setor em setembro desce para R$ 7,714 bilhões, alta de 12% sobre igual mês do exercício anterior.

A captação de receita com a comercialização dos planos VGBL bateu recorde em setembro, ao registrar crescimento de nada menos que 66,5%. Em valores absolutos, o salto foi de R$ 3,687 bilhões, em setembro do ano passado, para os atuais R$ 6,139 bilhões, 43,6% do total do mercado. No ano, contudo, o produto aponta incremento de 10,3%, aos R$ 48,315 bilhões, refletindo as quedas mensais registradas de janeiro a maio.

A evolução do segmento de pessoas em setembro, de 11,9%, ficou próximo a do mercado, se analisado sem a influência do VGBL. A carteira, no todo, faturou no mês R$ 2,285 bilhões, 43,4% através do seguro de vida, que cresceu 16,7%, para R$ 991,3 milhões. O seguro viagem foi o que apresentou crescimento mais expressivo no mês (49,9%), com prêmios de R$ 12,2 milhões. Outra expansão robusta, da ordem de 31,6%, aos R$ 149 milhões, foi verificada no seguro dotal misto, cobertura de sobrevivência que se compromete a pagar o capital segurado ao cliente ao fim do prazo do contrato. O seguro de doenças graves ou terminais registrou igualmente avanço significativo ao captar R$ 48,1 milhões: alta de 23%. Com participação de peso na carteira, o seguro prestamista, que salda financiamento em caso de morte ou invalidez do contratante, cresceu apenas 4,3%, tal como o de acidentes pessoais (4,9%).

Carro e propriedade

Já as vendas do seguro de automóvel, que detém parcela de mercado de 19%, avançou 12% em setembro, no limite da média do mercado (sem VGBL). O faturamento pulou de 2,663 bilhões, em setembro de 2013, para R$ 2,378 bilhões, em setembro último, considerando as coberturas de casco, assistências e responsabilidade civil facultativa. No acumulado do ano, no entanto, a carteira exibe expansão de apenas 7,2%, com prêmios de R$ 22,791 bilhões.

No setor patrimonial, a receita deu salto de 22% em setembro, no confronto com igual mês do ano passado. A receita foi a R$ 1,050 bilhão. O destaque foi o seguro de riscos diversos, que subiu 22,1%, para R$ 131,8 milhões, e o de riscos operacionais, que quase duplicou de tamanho no mês, para R$ 226,7 milhões. O seguro residencial avançou 12%, ao atingir prêmios de R$ 190,1 milhões, mesma performance do seguro empresarial, aos R$ 176,2 milhões. Os riscos de engenharia, ao contrário, sofreram contração de 1,1%, no patamar de R$ 36,6 milhões.

À mercê do rumo da economia, o segmento de transporte foi marcado pela retração de 14,3% em setembro, mês em que a receita encolheu R$ 45 milhões, ao registrar R$ 268,4 milhões, contra R$ 313,2 4 milhões em setembro do exercício passado. O seguro de exportação e importação despencou 50,4% e o de carga em território nacional, 12,8%. A responsabilidade civil do transportador rodoviário foi outro produto que caiu, no caso 6,6%, queda próxima à observada no seguro de roubo de mercadorias.

Na linha ascendente apareceram três outras carteiras de negócios do mercado. A primeira, de garantia contatual, movimentou faturamento de R$ 136,7 milhões em setembro, avanço de 56,5% sobre idêntico mês do ano passado. No ano, acumulou R$ 1,236 bilhão. As garantias do setor público cresceram 60%, enquanto as do setor privado exibiram elevação de 45%. A desenvoltura do ramo rural não ficou tão atrás: cresceu 41%, para R$ 298,3 milhões, com o seguro agrícola respondendo por 53% desse total. Este produto cresceu 78%. No ano, o conjunto da carteira contabilizou expansão de 40,4%, aos R$ 2,193 bilhões.

Embora não na mesma proporção, outro ramo que progrediu bem em setembro foi o habitacional, com aumento de 18,8% e vendas alcançando R$ 228,7 milhões, R$ 36,2 milhões a mais do que em setembro de 2013. No ano, o produto exibiu R$ 1,937 bilhão, alta de 19,7%.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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