Pesquisa global realizada pela seguradora Aegon mostra como as mulheres se preparam para a aposentadoria em 15 países

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Após divulgar no início deste ano a pesquisa “A nova cara da aposentadoria”, a seguradora Aegon, parceira global da Mongeral Aegon no Brasil, divulga um estudo sobre “A Nova Cara da Aposentadoria – Mulheres: equilibrando família, carreira e segurança financeira”, com o objetivo de fornecer uma ampla perspectiva sobre por que as mulheres acham tão difícil planejar a aposentadoria, quais são suas aspirações, preocupações e obstáculos. O estudo sugere ainda uma série de caminhos para contribuir para o desenvolvimento do planejamento financeiro feminino.

Em termos gerais, ao mesmo tempo em que as mulheres possuem maior expectativa de vida em relação aos homens, de 4 a 5 anos a mais em média, elas estão pouco preparadas financeiramente para a aposentadoria. Do total pesquisado, 40% nem sequer sabem se estão no caminho certo para atingir a renda que vão precisar quando aposentadas e 20% acreditam que já fazem o suficiente. Outro resultado mostra que, mesmo com maior independência financeira e inserção no mercado de trabalho, mais da metade das entrevistadas (54%) acredita que serão dependentes da renda do cônjuge. Em contraste, apenas 12%, dizem que não esperam que seus esposos sejam a grande fonte de renda na aposentadoria.

O Brasil aparece em destaque no Índice de Preparo para a Aposentadoria, criado pela seguradora para avaliar os hábitos de poupança e planejamento para esta fase da vida. As brasileiras alcançaram o segundo lugar, com nota 6.5, ficando atrás somente das indianas (6.9). Em uma escala de 0 a 10, considerando 6.0 como média registrada no primeiro relatório da pesquisa, divulgado em julho, as mulheres ouvidas em 15 países pontuaram nota 5.5, o que indica baixa preparação para a aposentadoria. O estudo revela que em todo o mundo elas não estão tomando as medidas necessárias para esse planejamento: apenas 10% delas se dizem muito bem preparadas, contra 23%, ou seja, mais do que o dobro, que se sentem muito despreparadas. Em relação aos obstáculos, a falta de dinheiro foi apontada como o principal empecilho para planejar a aposentadoria, na opinião de 67% das entrevistadas. Diante deste cenário, globalmente, 49% das mulheres não estão confiantes de que serão capazes de manter um nível de vida confortável ao se aposentar. O otimismo em relação ao futuro é maior entre a população feminina dos países que possuem economias emergentes: China (42%), Índia (35%) e Brasil (29%).

Quando o foco é faixa etária, as mulheres mais velhas se mostram mais atentas à aposentadoria: somente 1/3 do total de entrevistadas (36%), exatamente as mais velhas, afirmam guardar dinheiro constantemente. Entre as 24% que não estão poupando, mas pretendem começar em algum momento, estão as mais jovens. Números mostram também a cultura atual da população, de começar a poupar mais tarde.

“As mulheres precisam ser incentivadas a planejar a sua independência financeira na aposentadoria desde jovens, rompendo com a tradição de depender de terceiros, como Governo, empregadores e familiares. Elas têm uma realidade diferente no mercado de trabalho hoje, de acordo com os papéis que assumiram na sociedade, mas esse protagonismo também deve ser exercido quando o que está em questão é a independência financeira”, comenta Andrea Levy, assessor especial da Mongeral Aegon e um estudioso dos impactos da longevidade na previdência.

Idade e renda de aposentadoria

Em todo mundo, as mulheres possuem expectativas diferentes em relação à idade para a aposentadoria. As brasileiras estão entre as que pretendem se aposentar mais cedo, com 58 anos, atrás da Turquia (55) e China (53). Nos Estados Unidos, essa expectativa sobe para 66 anos enquanto no Japão fica em 61 anos, variações que têm ligação direta com a política previdenciária de cada país.

As diferenças entre os países também surgem quando o tema é a renda necessária para se sustentar na aposentadoria em relação aos ganhos na ativa. O Brasil se aproxima das expectativas da Europa Oriental: na Hungria as mulheres acreditam que é necessário ganhar 86% do salário atual; na Polônia este índice cai para 81%, enquanto por aqui as brasileiras acreditam que precisariam ganhar na aposentadoria 77% do que ganham na vida ativa. Esse percentual cai em países de renda alta e industrializados, como Estados Unidos e Canadá, para 67% e 66%, respectivamente. A surpresa sobre essa expectativa vem de países emergentes como Turquia e China, que esperam precisar de menor percentual da renda atual em relação aos demais, em média 59% e 60%, respectivamente.

Preocupações, obstáculos e saídas

Acerca das preocupações e desejos ligados à aposentadoria, a primeira palavra que vem à cabeça das mulheres é lazer (45%), seguida de liberdade (39%). No entanto, 24% delas associam o tema a questões negativas, como insegurança (24%) e pobreza (18%). Em países como Polônia, Hungria e Japão, o nível de associações negativas é alarmante, com percentuais de 81%, 75% e 71%, respectivamente. Nesse quesito, o Brasil ocupa o 9º lugar em otimismo, com 70% de associações positivas.

O estudo mostrou que as mulheres possuem dificuldades específicas para constituir uma poupança suficiente para aposentadoria e para ter acesso aos planos de previdência. Uma delas é a faixa salarial. O estudo revelou que, em média, elas ganham 27% menos do que os homens, o que reduz a possibilidade de poupar. Essa diferença salarial está ligada diretamente aos cargos ocupados pelas mulheres: apenas 34% das pesquisadas estão em funções de nível superior, que proporcionam maior renda. A outra característica é o trabalho em tempo parcial. Pela necessidade de se dedicar a filhos e idosos, muitas mulheres trabalham meio período, o que dificulta ou inviabiliza o acesso aos planos das empresas onde trabalham.

Homens e Mulheres

Em julho de 2014, a pesquisa “A Nova Cara da Aposentadoria” foi divulgada pelo grupo Aegon em todo o mundo, e mostrou um panorama sobre comportamento, preocupações e expectativas de 16 mil entrevistados em 15 países. Na comparação dos dois recortes, geral e o atual, com a análise das respostas das entrevistadas mulheres, é possível afirmar que elas tendem a apresentar menor confiança na capacidade de se sustentar na aposentadoria. No geral, 38% das mulheres, contra 30% registrados na análise geral dos dados, são pessimistas sobre conseguir ter fundos suficientes para cobrir todo o tempo da aposentadoria.

Além de menos confiantes, o estudo mostra que o preparo das mulheres é menor – 5.5 no Índice de Preparo para Aposentadoria da Aegon, contra 6.0 registrados no primeiro relatório. Um dos fatores que contribuem para a menor pontuação feminina é a diferença da presença em cargos com melhor remuneração e acesso aos planos de aposentadoria nas empresas. 66% dos homens entrevistados ocupam cargos de nível mais elevado, contra 34% das mulheres ouvidas. A faixa salarial também impacta: elas ganham em média 27% menos que os homens. Enquanto que a 38% das mulheres é oferecido plano de aposentadoria com contribuições do empregador, esse número sobe para 45% quando a análise inclui também entrevistados homens.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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