Segundo a colunista Monica Bergamo, da Folha de São Paulo, Luiz Trabuco, presidente executivo do Bradesco, entrou na semana passada na lista de cotados para o Ministério da Fazenda caso Dilma Rousseff vencesse as eleições. Seguindo regras do banco, ele se aposenta no ano que vem, aos 65 anos. Trabuco teria a capacidade de acalmar o mercado financeiro, que estava claramente contra Dilma. Comandou por vários anos um banco que sempre fez marketing baseado no pequeno poupador. E não poderia ser chamado de banqueiro –ele não é dono da instituição, diz a nota.
Já o portal Infomoney afirma que ter Trabuco como ministro seria um sonho do governo. Entre os candidatos na lista tem também Eduardo Loyo, economista chefe do BTG Pactual, Henrique Meirelles, uma defesa de Lula, e Nelson Machado. Quatro nomes que entendem do mercado segurador.
O banco nem desmente, nem confirma e nem comenta o assunto. Para seu lugar, segundo fontes do blog Sonho Seguro, o mais cotado é Marco Antonio Rossi, que hoje preside a Bradesco Seguros. Trabuco foi um dos principais idealizadores e responsáveis pela inclusão do Cristo Redentor entre as sete maravilhas do mundo anos atrás. Em julho de 2007, quando o resultado foi divulgado pelo governo, estimava-se que a cidade de Rio de Janeiro teria um crescimento de 20% no setor turístico, beneficiando o comércio local como transportes, hotéis, restaurantes, entretenamento e alimentação, que juntos representam 4% do PIB estadual, resultando em um aumento anual de 90 milhões de dólares na economia, e gerando 80 mil novos empregos no setor.
Uma fonte com boa capacidade de avaliação, afirmou ao blog que acha difícil Trabuco aceitar o ministério. “Ele é muito centrado e rígido não aceitando fazer nada que seja contra a maioria. Além de ter o sonho de ser Presidente do Conselho do Bradesco”.
Em nota a Agência Estado, Trabuco informou que o discurso da vitória da presidente Dilma Rousseff, no domingo, 26, sinalizou diálogo, união e reformas, “Foi um momento de pacificação e pleno entendimento das responsabilidades à nossa frente”, avaliou ele na nota ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
Segundo o executivo, o Brasil é exemplo de democracia moderna, que impulsiona o seu desenvolvimento social e político pelo voto popular. As eleições ontem, conforme Trabuco, foram “limpas” e realizadas em “clima de paz”. “O povo brasileiro deu demonstração de espírito democrático e tolerância, em que pese os acirrados debates e a disputa apertada”, acrescentou.
Trabuco afirmou ainda a agência que o Bradesco acredita no Brasil e que a instituição está confiante de que o governo reeleito vai enfrentar os desafios do presente. Também em nota ao Broadcast, Lázaro de Mello Brandão, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, afirmou que a maturidade e a solidez da democracia brasileira foram confirmadas na eleição. O resultado da apuração foi 51,64% dos votos para Dilma Rousseff e 48,36% para o candidato do PSDB, Aécio Neves.
“Temos a convicção de que a presidenta reeleita Dilma Rousseff renovou pelo melhor caminho – o do voto da maioria dos brasileiros – todas as condições necessárias para avançar sobre os grandes desafios que o País tem pela frente. Desejamos-lhe as merecidas saudações, com a crença de que teremos quatro anos de muito trabalho e conquistas”.