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Com o objetivo de ajudar as empresas na avaliação de investimentos em outros países, a consultoria e corretora de seguros Aon acaba de lançar um estudo que mensura os riscos para se realizar negócios em 163 países. O Mapa Mundial de Riscos Políticos aborda os riscos legais e regulatórios, de movimentação de recursos, interferência política, violência e quebra de cadeia de suprimentos das nações.
O estudo deste ano demonstra uma tendência de piora para os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e, no caso do Brasil, essa expectativa está diretamente associada ao cenário atual de desaceleração econômica. Segundo Keith Martin, consultor de comércio e investimento internacional da Aon, a pesquisa mostra o País com uma queda em relação a edição anterior, o que demonstra uma preocupação com as melhorias que são necessárias em infraestrutura para continuar a crescer. “Temos as eleições se aproximando e, independentemente de quem seja eleito, a questão é que o País tem que ser capaz de fazer as reformas necessárias para voltar a ter um crescimento sustentável”, afirma.
De acordo com Keith, muitos países estratégicos para aporte de capital para investimentos de empresas brasileiras no exterior apresentam cenários que merecem maior cautela. “Há uma série de questões políticas e econômicas que devem ser bem avaliadas. Alguns países vêm atravessando certas dificuldades, e podem não ser tão atraentes. Muitas vezes, países tomam iniciativas para proteger suas economias, e acabam desestimulando o ingresso de investimentos”, explica.
Para Marcelo Homburger, vice-presidente executivo da unidade de riscos e seguros da Aon, cada vez mais as empresas procuram avaliar os riscos de se investir em determinado local antes da tomada de decisão, e esse mapeamento é um bom material de apoio para o crescimento de companhias brasileiras no exterior. “Esse tipo de consultoria ajuda muito na montagem dos planos de negócios das empresas em mercados internacionais. Muitas vezes há riscos que não são perceptíveis, mesmo em economias e países que possuem uma graduação positiva”, explica. “O mapa dá uma boa visão geral, mas não substitui uma análise mais detalhada, que pode inclusive ter como resultado decisões de mitigação de riscos, como por exemplo a contratação de seguro de riscos políticos”, complementa.
Ainda de acordo com Homburger, a piora na avaliação dos demais países dos BRICS serve como alerta para as empresas brasileiras que vêm investindo ou pretendem começar a investir em outros emergentes. “Por exemplo, a tensão política entre a Rússia e a Ucrânia, e as sanções econômicas impostas pelos países do ocidente, desencorajam investimentos na região no curto prazo”, comenta.
O Mapa Mundial de Riscos Políticos é realizado pela Aon em parceria com a Roubini Global Economics. Desde 1998, o estudo guia os investimentos de diversas companhias ao redor do mundo. A íntegra do levantamento está disponível em: http://www.aon.com/2014politicalriskmap/index.html