Seguradoras registram vendas de R$ 56,2 bi no 1o. quadrimestre de 2014

estavelDepois de décadas de crescimento, o mercado segurador registra queda nos dados acumulados de janeiro a abril de 2014. Segundo dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e organizados pela consultoria Siscorp disponibilizados ao Blog Sonho Seguro, as seguradoras arrecadaram R$ 56,2 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, volume 3% inferior aos R$ 57,8 bilhões do ano anterior. Já as indenizações pagas avançaram 11%, para R$ 17,3 bilhões. No entanto, dados da Allianz Seguros não estão computados nesta estatística, em função de problemas com a troca de sistema operacional realizada pela seguradora no final de 2013. Levando-se em conta o mesmo volume produzido no ano passado neste período pela subsidiária da seguradora alemã, R$ 1,15 bilhão, o faturamento do setor seria considerado estável.

O lucro líquido do setor no período totalizou R$ 5 bilhões, alta de 34%, beneficiado pelo ciclo de alta da taxa Selic promovida pelo governo com vistas a controlar a inflação. O patrimônio liquido do setor acumulou R$ 61 bilhões, com lucratividade anualizada (lucro líquido do período sobre patrimônio líquido do final do período) em 24%. As reservas técnicas totalizaram R$ 473 bilhões até abril, avanço de 12% em relação ao mesmo período.

De acordo com os dados oficiais, sem a produção de uma das dez maiores seguradoras do Brasil, os prêmios de seguros gerais totalizaram R$ 19,3 bilhões, avanço de 8% em relação ao mesmo período de 2013. O segmento de previdência privada, considerando-se VGBL, PGBL e planos tradicionais, declinou para R$ 21,7 bilhões, cerca de 6% menos do que o primeiro quadrimestre do ano passado.

O ramo vida registrou vendas de R$ 8,5 bilhões de janeiro a abril deste ano, apenas 1% acima da receita de prêmios registrada no mesmo período do ano anterior. Microsseguros, segmento que começa aquecer na concorrência, com quase 10 empresas já autorizadas pela Susep, movimentou no período prêmios de R$ 3,1 milhões. Títulos de capitalização geraram receita de R$ 6,7 bilhões no primeiro quadrimestre, avanço de 10%.
Diante do fraco desempenho do VGBL, que vinha puxando o crescimento da indústria de seguros, grupos seguradoras começaram a rever as projeções de vendas para 2014. Uma delas foi a Bradesco Seguros, passando a estimativa para prêmios emitidos no mínimo 9% e no máximo 12%. O Itaú Unibanco espera que os prêmios cresçam entre 12% e 14% em 2014, segundo nota do balanço do primeiro trimestre do ano.

A maior carteira do segmento de seguros gerais, automóvel, avançou 5% nos primeiros quatro meses do ano, para R$ 9,5 bilhões. A projeção da Siscorp aponta para avanço de 15% no ano de 2014, porém a aposta de alguns executivos do setor é de que o crescimento seja menor em razão do desaquecimento das vendas de veículos, compensada pelo aumento do preço do seguro em virtude da alta da sinistralidade, tanto em perdas parciais como também em roubo e furto registrados nas grandes cidades. O seguro rural apresentou o maior índice de crescimento, 44%, passando de R$ 499 milhões para R$ 718 milhões. A projeção da Siscorp para 2014 é de que o ramo apresente alta de 20%, para R$ 2,7 bilhões.

O Estado de São Paulo registrou decréscimo de 3% nas vendas, para R$ 21,8 bilhões no primeiro quadrimestre de 2014. O Rio de Janeiro é o segundo maior do Pais em vendas de seguros, com R$ 5,4 bilhões (-4%), seguido por Minas Gerais, com R$ 3,6 bilhões (-5%) e Rio Grande do Sul, com R$ 2,8 bilhões (-11%).

Ranking – O grupo BB e Mapfre é o maior em vendas de seguros gerais (exceto saúde), com R$ 12 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, avanço de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Bradesco vem em segundo, com receita de prêmios de R$ 8,1 bilhões (-6%). Entre as 10 maiores, a maior queda no volume de prêmios foi do Itaú Unibanco, com prêmios de R$ 6,3 bilhões, 26% menos do que no primeiro quadrimestre de 2013. Porto Seguro (R$ 3,6 bilhões) é a quarta maior, seguida pela Zurich Seguros (R$ 2,6 bilhões), Caixa (R$ 2,3 bilhões), SulAmérica (R$ 1,3 bilhão), Tokio Marine (R$ 997 milhões), Liberty (R$ 824 milhões) e HDI (R$ 799 milhões).

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS