Ação da concorrência é o fator de risco mais citado nos Formulários de Referência das empresas abertas brasileiras, sendo mencionado por 77% dos participantes, segundo o novo estudo realizado pelo ACI Institute da KPMG, intitulado “Gerenciamento de riscos- os principais fatores de risco apresentados pelas empresas abertas brasileiras”. O estudo aponta os dez fatores de risco mais citados pelas 232 companhias listadas na BM&F Bovespa, abrangendo os segmentos Novo Mercado, Nível 1, Nível 2, Bovespa Mais e as 50 empresas mais negociadas no mercado denominado Tradicional.
Os riscos relacionados à ação da concorrência estão entre os mais citados em todos os segmentos analisados. A maior parte das empresas indica possível aumento no número de empresas concorrentes em seus setores de atuação, baixas barreiras de entrada ao mercado e existência de subsídios ou incentivos para concorrentes de outros países como fatores de preocupação.
Outros riscos que aparecem como mais citados são o de não pagamento de dividendo aos acionistas (63%), de diluição da participação acionária por conta de aumentos de capital (59%), de conflito de interesses entre controladores e minoritários (59%), relacionados à atuação em setor regulado (55%), de falta de liquidez na negociação das ações (55%), de decisões desfavoráveis à empresa em processos judiciais (50%), inadimplência/atraso nos recebimentos dos clientes (48%), de alterações na legislação do setor/setores correlatos onde a empresa atua (47%) e de falta/perda de profissionais (47%).
Segundo Sidney Ito, líder do ACI Institute e sócio da KPMG responsável por consultoria em riscos, isto está integralmente relacionado à pressão dos investidores e dos órgãos reguladores preocupados com a perenidade das empresas e a qualidade das informações apresentadas. Por conta disso, o tema gerenciamento de riscos passou a integrar a pauta das prioridades dos conselhos de administração e da diretoria.
Setores de atuação
O levantamento dividiu as empresas em dez setores de atuação. Dentre eles, em apenas três as ações da concorrência não apareceram como o risco mais citado. Para as empresas de bens industriais a maior ameaça é a variação cambial (71%); já no segmento de petróleo, gás e biocombustíveis, 100% dos respondentes citam o risco de insuficiência do valor/cobertura dos seguros contratados em caso de incidentes e o de não atender as projeções (não conseguirem entregar o volume de combustível estimado no prazo previsto por diversos motivos, desde dificuldade de exploração das reservas e falta de equipamentos/profissionais até interrupções na operação ou mesmo erro na estimativa de produção).
No setor de utilidade pública, os riscos relacionados à atuação em setor regulado são mencionados por 100% das empresas, enquanto as ações da concorrência nem figura entre os dez riscos mais citados.
Sobre o estudo
O estudo “Gerenciamento de riscos – os principais fatores de risco apresentados pelas empresas abertas brasileiras” foi desenvolvido com base no estudo anual da KPMG “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, utilizando os riscos apontados pelas próprias companhias em seus Formulários de Referência.
No total, foram coletados e analisados mais de 5.800 riscos reportados pelas empresas, classificados com o objetivo de compreender suas principais preocupações. Para ter acesso ao conteúdo completo visite https://www.kpmg.com/BR/PT/Estudos_Analises/artigosepublicacoes/Paginas/Gerenciamento-de-riscos-empresas-abertas.aspx