Associadas da FenaSaúde registraram aumento de despesas assistenciais em 16,1%, superando R$ 35,7 bilhões

marcio coriolanoRelease

O mercado de Saúde Suplementar atingiu a marca de 71 milhões de beneficiários no fim de 2013, um aumento de 5,6% em relação ao ano de 2012. No mesmo período, as associadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar alcançaram crescimento maior, de 8,9% no número de beneficiários, superando 27 milhões de vidas. Embora represente 31 empresas, de um universo de mais de 1.200 operadoras, as associadas da entidade já chegam a 38% do mercado de Saúde Suplementar. As informações constam no 6º Boletim de Indicadores Econômico-Financeiros da FenaSaúde.

O estudo também aponta para bom ritmo da procura por planos exclusivamente odontológicos. Em 2013, as associadas registraram um crescimento de 9,2% em relação a 2012 e 24,8% quando comparado com o ano de 2011. O número de contratos alcançou, em dezembro do ano passado, a 12,1 milhões.

De acordo com Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde, um dos pilares que vinha sustentando a expansão de beneficiários era o plano de saúde como um benefício de grandes empresas. “Na esteira disso, a participação de pequenas e médias empresas que oferecem plano de saúde aos funcionários vem aumentando progressivamente ao longo dos anos, inclusive com cobertura odontológica. O ciclo recente de crescimento da economia brasileira, o empreendedorismo e a terceirização de atividades de grandes empresas estatais e de complexos industriais privados contribuem para o estímulo do mercado de pequenos e médios estabelecimentos, expandindo a cultura do benefício para a cadeia de fornecedores”, explica Coriolano.

A análise da FenaSaúde mostra que 91,4% dos beneficiários de planos médicos e 97,5% dos planos exclusivamente odontológicos possuem contratos novos, isto é, com coberturas garantidas pela Lei 9.656/98. No mercado, a participação de planos novos é de 87,9% para de assistência médica e 97,7 para exclusivamente odontológicos.

O Boletim apresenta um levantamento realizado pela FenaSaúde com base nos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a faixa etária dos beneficiários do mercado de saúde suplementar. De acordo com informações de dezembro de 2013, o percentual de brasileiros com mais de 80 anos cobertos por planos ou seguros de saúde é de 32,4%. Em 2003, essa taxa era de 25,2%.

A faixa com maior participação relativa é a de 30 a 39 anos, com 33,7%. As faixas de 50 a 59, 60 a 69 e 70 a 79 anos também chamam atenção com taxas de cobertura de 28,2%, 26,2% e 26,3%, respectivamente.

Saúde financeira do mercado

As associadas à FenaSaúde registraram, no ano passado, receita de R$ 44,3 bilhões, enquanto as despesas totais – custos assistenciais, administrativos e impostos – somaram R$ 42,3 bilhões. O resultado operacional, obtido no ano passado, foi de R$ 1,9 bilhão.

As despesas exclusivamente assistenciais somaram R$ 35,7 bilhões, um aumento de 16,1% em relação ao ano anterior, o que representou 84,3% dos custos das operadoras associadas em 2013. A sinistralidade no ano de 2013 entre as associadas à entidade foi de 80,5%.

Para Coriolano, o aumento das despesas médicas acima dos índices gerais de preços e do crescimento do PIB é um dos pontos que pode vir a comprometer futuramente a sustentabilidade do setor, caso não sejam adotadas, dedsde já, medidas para a sua racionalização.

“Historicamente os custos assistenciais estão crescendo em um ritmo mais acelerado que o da inflação geral de preços ao consumidor. A série dos últimos dez anos aponta para um acúmulo de 133,7% nas despesas per capita com saúde, enquanto a variação do IPCA foi de 61,1%,” explica Coriolano.

Esta significativa elevação é justificada pelo crescimento dos preços, frequências de utilização do benefício e incorporação de novas tecnologias, como medicamentos e materiais mais caros e inclusão de exames sofisticados ao Rol de procedimentos fixados pela ANS.

As associadas encerraram 2013 alcançando R$ 12,1 bilhões em provisões técnicas, o que representa 50% de todo o mercado de Saúde Suplementar, R$ 24,2 bi. Esses valores são reservas financeiras garantidoras, constituídas ao longo dos anos e devem ser mantidas, obrigatoriamente, pelas operadoras de planos e seguros de saúde para garantir o custeio assistencial dos beneficiários do setor de saúde privada.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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