Seguradoras lucram 7% mais até novembro, revela estudo da Siscorp

alta 3As vendas de seguros e aportes em previdência aberta e títulos de capitalização totalizaram R$ 159,1 bilhões de janeiro a novembro de 2013, 13% superior ao resultado obtido no mesmo período anterior, quando o mercado segurador acumulou receitas de R$ 140,4 bilhões, segundo resenha de novembro elaborada pela consultoria Siscorp com base nos números da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

As indenizações pagas pelas seguradoras aos clientes totalizou R$ 46 bilhões. O lucro líquido das empresas de seguros, previdência e capitalização ficou em R$ 11,7 bilhões no período analisado, com avanço de 7%. Os dez maiores grupos responderam pela maioria do resultado auferido. A Bradesco Seguros mantém a liderança na categoria lucro líquido, com R$ 3,3 bilhões de janeiro a novembro, 9% superior ao registrado em 12 meses. A Itaú Seguros registrou o segundo maior ganho, com R$ 2,7 bilhões até novembro, conforme demonstra a resenha da Siscorp de novembro. O patrimônio liquido até novembro avançou 3%, para R$ 60,7 bilhões. O retorno sobre o patrimônio liquido anualizado ficou em 19%.

“Esse ano, a previsão é que o crescimento chegue a 15%, com 6% de participação no PIB. Os números demonstram que o trabalho tem sido feito. Nós temos o compromisso de a cada dia mais pensarmos cada vez mais alto. Podemos fazer mais para a construção de um mercado de seguros melhor”, comentou o presidente da CNseg, Marco Antonio Rossi.

O segmento de previdência privada aberta e vida mantém a liderança, com R$ 88,7 bilhões, liderado pelas contribuições no VGBL, com arrecadação de 55,6 bilhões até novembro, crescimento de apenas 6%. Este foi o primeiro ano em que o VGBL registrou avanço de um dígito desde o seu lançamento, em 2003. Em seguro de vida, as vendas registraram incremento de 18%, para R$ 23,5 bilhões. Microsseguros de pessoas também está contabilizado nos cálculos da Siscorp, com prêmios de R$ 6,9 milhões.

A previdência sofreu um forte momento de volatilidade de julho a setembro, o que reduziu as expectativas de crescimento em 2013. Mesmo assim, a captação dos fundos de previdência tiveram um bom desempenho nos últimos dois meses do ano e a expectativa da Fenaprevi é que 2013 feche com avanço acima de 10%. Osvaldo do Nascimento, presidente da Fenaprevi, acredita que os investidores compreenderam as causas da volatilidade verificada no meio do ano e retomaram os investimentos.

“Os incentivos fiscais dos planos continuam sendo o grande diferencial para quem investe no longo prazo”, avalia. Segundo ele, a expectativa para 2014 é de avanço de 15%, sujeita à volatilidade de eventos importantes da economia, como a redução dos estímulos da economia americana, Copa 2014 e eleições no Brasil”, comenta Nascimento.

O segmento de seguros gerais foi responsável por R$ 75 bilhões, A maior expansão, de 52%, foi registrada no seguro rural, com prêmios de R$ 2 bilhões de janeiro a novembro em relação ao mesmo período do ano passado. Riscos especiais, que envolvem vários tipos de coberturas, como as da Petrobras, por exemplo, avançaram 39%. Riscos financeiros e seguro habitacional também registraram resultado positivo, com alta de 25% e 24%, respectivamente.

O seguro de automóvel continuou com a maior participação na carteira de seguros gerais, respondendo por 51,3% das vendas de seguros gerais, o que significou R$ 26,5 bilhões em prêmios até novembro, alta de 19% em relação a igual período de 2012. A expectativa é encerrar 2013 com esse patamar de crescimento, principalmente em razão das vendas de carros terem batido recorde de vendas em dezembro, ultimo mês do IPI reduzido e com os consumidores investindo o décimo terceiro nas promoções das concessionárias para reduzir os estoques de veículos zero quilômetro.

Paulo Marraccini, presidente da FenSeg, comentou que 2013 foi um ano em que os executivos envolvidos com seguros gerais seguiram a meta de tentar aumentar a penetração de seguros na sociedade brasileira. Ele comemorou a lei que regulamenta o desmanche de carros no Estado de São Paulo pelo governador Geraldo Alckmin e ressaltou o nicho de garantias de obras, que em breve deverá ter a aprovação do percentual de participação em contratos de 10% atual para 30% no valor total da obra.

O segmento de capitalização manteve a estabilidade do ritmo de crescimento verificada durante o ano. As vendas de títulos totalizaram R$ 18,8 bilhões até novembro, com alta de 25% em relação ao ano anterior. Os resgates somaram R$ 15,8 bilhões. Do lucro liquido total do setor de R$ 11,7 bilhões, capitalização foi responsável por R$ 1,2 bilhão, segundo resenha de novembro da Siscorp, queda de 13% em relação ao período de janeiro a novembro de 2012.

Resseguro – Os prêmios de resseguros totalizaram R$ 3.7 bilhões de janeiro a outubro (há um mês de atraso na divulgação dos dados de resseguro por parte da Susep). O IRB Brasil Re mantém a liderança entre as resseguradoras locais, com prêmios de R$ 2 bilhões nos dez primeiros meses de 2013, seguido pela Zurich, com R$ 277 milhões. O lucro líquido das companhias chegou a R$ 62,3 milhões, sendo o IRB responsável por R$ 51 milhões. O patrimônio liquido das locais totalizou R$ 51,9 bilhões no período.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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