Contribuições em planos de previdência aberta avançam 6,7% até outubro, para R$ 58,2 bi

Osvaldo do Nascimento 2Release

Prosseguindo tendência verificada em setembro, o segmento de previdência complementar aberta voltou a registrar captação líquida positiva (diferença entre arrecadação e resgates) no mês de outubro. O sistema registrou saldo positivo de R$ 3,6 bilhões, 287,03% acima dos R$ 935 milhões registrados no mês de setembro, segundo dados da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que representa 61 seguradoras e 13 entidades abertas de previdência complementar no país.

Os ingressos de novos recursos no sistema totalizaram, no mês de outubro, R$ 6,8 bilhões, alta de 8,05% na comparação com os R$ 6,3 bilhões registrados no mesmo mês do ano anterior. De acordo com o presidente da FenaPrevi, Osvaldo do Nascimento, os investidores compreenderam as causas da volatilidade verificada no meio do ano e retomaram os investimentos. “A expectativa é de que nos próximos meses tenhamos mais crescimento na arrecadação. Os incentivos fiscais dos planos continuam sendo o grande diferencial para quem investe no longo prazo”, avalia.

Os planos empresariais foram destaque, com expansão de R$ 655,5 milhões, alta de 24,02% frente ao mesmo mês em 2012. Os planos individuais registraram captação de R$ 5,9 bilhões no período, alta de 7,99% frente ao resultado de outubro de 2012. Já os planos para menores fecharam o mês com arrecadação de R$ 149,9 milhões, retração de 29,77% frente ao mesmo período do ano anterior.

Segundo dados da FenaPrevi, o segmento tem atualmente 12.706.680 contratos ativos e 96.223 pessoas usufruíram dos benefícios em outubro (aposentadorias complementares, pecúlios, por morte e por invalidez, e pensões, por morte e por invalidez).

Carteira de Investimento – No mês de outubro, a carteira de investimentos do segmento de planos de caráter previdenciário apresentou saldo de R$ 364,9 bilhões, alta de 12,48% em relação aos R$ 324,4 bilhões computados no mesmo mês do ano anterior.

Ranking das Empresas – Carteira de Investimentos (R$ 364,9 bilhões)

A Bradesco Vida e Previdência liderou o ranking no período, com 32,28% do total das reservas; Itaú Vida e Previdência (23,88%); BrasilPrev Seg. e Previdência (22,04%); Zurich Santander Seg. e Prev. (5,83%); Caixa Vida e Previdência (5,80%); HSBC Vida e Previdência (3,09%); Icatu Seguros (2,07%); Sul América Seg. e Previdência (1,23%); Safra Vida e Prev. (0,90%); Porto Seguro Vida e Prev. (0,67%). As demais entidades somam, no total, 2,21% da carteira de investimentos.

Provisões – As provisões (recursos acumulados pelos titulares dos planos de caráter previdenciário) apresentaram saldo de R$ 355,6 bilhões em outubro, 14,31% maior que o valor registrado (R$ 311,1 bilhões) no mesmo mês em 2012.

As provisões do VGBL tiveram crescimento de 18,38% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, passando de R$ 197,7 bilhões em outubro de 2012 para R$ 234 bilhões em outubro de 2013. Já as provisões dos planos PGBL cresceram 8,39% no mesmo período, passando de R$ 72,5 bilhões em outubro de 2012 para R$ 78,6 bilhões em outubro de 2013. As reservas dos planos tradicionais, por sua vez, passaram de R$ 40,2 bilhões para R$ 42,3 bilhões em outubro de 2013, expansão de 5,20%.

Com relação ao market share, os planos VGBL mantiveram a liderança no volume de provisões entre os planos de caráter previdenciário, com 65,81% do total, seguidos pelos PGBL, com 22,12% do volume total, enquanto os planos tradicionais contaram com 11,92%. Outros produtos – incluindo os FAPI – completam a equação, com 0,15%.

Resultado no acumulado – Janeiro a Outubro de 2013

No acumulado de janeiro a outubro, os recursos arrecadados pelo sistema também tiveram alta. Ingressaram R$ 58,2 bilhões, valor 6,79% maior que o verificado no mesmo período do ano anterior.

Na análise por forma de contratação, os planos individuais tiveram incremento de 7,71% em relação ao mesmo período do ano anterior, tendo arrecadado R$ 52,7 bilhões, sendo que os planos para menores arrecadaram R$ 1,3 bilhão, retração de 11,53% em relação ao acumulado do ano anterior. Já os planos coletivos (empresariais) arrecadaram R$ 5,4 bilhões, registrando leve retração de 1,40% na mesma comparação (R$ 5,5 bilhões).

O tratamento fiscal – As aplicações em planos de previdência privada são voltadas ao longo prazo, com tributação diferenciada para o poupador. No PGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda (IR) pelo formulário completo, o poupador pode deduzir, anualmente, da base de cálculo do tributo, o valor total dos aportes efetuados no plano, durante o exercício social, até o limite de 12% da sua renda bruta, reduzindo o imposto a pagar ou, até mesmo, podendo ter direito à restituição. “É o chamado diferimento fiscal, ou seja, o pagamento do IR devido sobre esses recursos, acrescidos dos rendimentos auferidos, é realizado apenas no momento do resgate total ou parcial, ou do recebimento do benefício”, diz Nascimento.

Para usufruir da dedução, o investidor em previdência privada aberta tem de estar contribuindo para a previdência oficial, inclusive no caso do titular, com mais de 16 anos, ser dependente de quem faz a declaração. Já no VGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda pelo formulário simplificado, para quem se encontra na faixa de isenção do IR, ou para quem já atingiu o limite de dedução previsto para a previdência complementar aberta (12% da renda bruta), não é possível deduzir da base de cálculo do IR os valores dos aportes realizados ao plano. “No entanto, no momento do resgate ou do recebimento do benefício, o IR incide apenas sobre o valor dos rendimentos auferidos, e não sobre o valor total do resgate ou do benefício recebido, como ocorre no PGBL”, afirma o presidente da entidade.

De acordo com o presidente da FenaPrevi, é importante destacar que, para ambas as modalidades de planos (PGBL e VGBL), não há cobrança do imposto de renda a cada seis meses, sobre os rendimentos obtidos, como ocorre em outras aplicações, à exceção da caderneta de poupança. Outra característica do PGBL e do VGBL é a possiblidade do poupador optar pelo regime de alíquotas regressivas do imposto de renda, significando, deste modo, que, quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados , menor será a alíquota do Imposto de Renda incidente.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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