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A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) divulga este mês levantamento inédito sobre a relação entre a saúde privada e o Índice de Desenvolvimento Humano por Municípios (IDHM), anunciado recentemente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O Índice avalia a qualidade de vida da população por meio de características sociais em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.
O levantamento do índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é realizado a cada dez anos. No Brasil, o último resultado, divulgado neste semestre, teve como base o ano de 2010. O cruzamento de informações realizado pela FenaSaúde analisa as relações entre a taxa de cobertura dos planos de saúde nos municípios brasileiros, e os indicadores considerados pelo IDHM, como escolaridade, renda per capita da população, despesa pública com saúde, esperança de vida, indicadores de infraestrutura e idade ativa da população. O resultado obtido demonstrou tendência para índices de IDHM melhores nos municípios com taxas de cobertura de planos de saúde mais altas. Dos 5.556 municípios brasileiros existentes na data da pesquisa, apenas 44 apresentaram IDHM considerado muito alto. Destes municípios, 24 estão localizados em São Paulo e 11 em Santa Catarina. Os estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná têm duas cidades com índice muito alto, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, uma.
O cruzamento de dados revelou que 94% dos contratos de beneficiários de planos de assistência médica estão concentrados em 1.933 municípios brasileiros com IDHM alto ou muito alto. Outros 6% beneficiários da saúde suplementar estão localizados no conjunto de 2.233 municípios com IDHM médio e 0,6% em 1.367 municípios com baixo desenvolvimento.
De acordo com a pesquisa, a renda per capita da população residente nos municípios com IDHM muito alto varia de R$ 967,00 a R$ 2.044,00, mas esta renda cai para valores entre R$ 107,00 e R$ 508,00 nos municípios com índice baixo. A renda per capita média é ponderada de acordo com a população de cada município, por região.
A Federação analisa que as taxas de cobertura de planos de saúde estão diretamente relacionadas aos itens renda, educação e emprego. “Isso porque quanto maior o nível de educação, maior a possibilidade de emprego e de melhores vagas no mercado de trabalho, consequentemente, melhor renda. Além disso, mais de 63% dos contratos de planos de saúde são oferecidos por intermédio de empresas, que oferecem planos de saúde como forma não só de aumentar a qualidade de vida dos profissionais, mas também de retenção de colaboradores e diferencial competitivo”, afirma Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde.
Nos estados em que a taxa de analfabetismo ficou abaixo de 7,3%, em média, observou-se uma taxa de cobertura de planos de saúde acima de 15%. Já nos estados com taxa de analfabetismo média de 16,3%, a taxa de cobertura registrada foi inferior a 15%. A pesquisa demonstrou também que 9 dos 10 estados com maior taxa de cobertura de planos de saúde do país registraram a melhor esperança de vida na pesquisa do IDHM. Nesses estados, a população vive, em média, até os 75,6 anos, enquanto no grupo de estados restante, a média de vida da população gira em torno de 72,5 anos.
O Estado com a maior taxa de cobertura de planos do país é São Paulo, onde 43% da população possui assistência médica. Neste Estado, onde há uma forte participação da iniciativa privada no atendimento à saúde da população, o gasto público com saúde é de R$ 346,00 per capita – comparativamente baixo se relacionado ao investimento público com saúde no Acre, que supera os R$700,00. Por outro lado, o Estado do Acre tem uma das menores taxas de cobertura de planos de saúde do país: apenas 6% da população do Estado possui assistência privada. “Há, portanto, correlação duplamente positiva da presença do setor privado sob o ponto de vista social, tanto por reforçar o desenvolvimento humano, como também por desonerar o setor público”, afirma Coriolano.
Abrangência da análise
A análise realizada pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) traçou um paralelo entre o percentual de beneficiários de planos de saúde por Estado no ano de 2010 com o índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que é levantado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a cada dez anos. No Brasil, o último resultado foi divulgado no fim do mês de julho pelo PNUD, considerando o período de 2000 a 2010. A análise também considerou dados do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).