Standard & Poor’s eleva para ‘BBB-” rating da Sul América e para “BBB+” o da Sul América Companhia Nacional de Seguros

sulamericaResumo

Após reavaliarmos a seguradora multiline (que atua em todos os ramos de seguros) Sul América Companhia Nacional de Seguros S.A., com base no nosso novo critério de seguros, elevamos os ratings da companhia, de ‘BBB’ para ‘BBB+’ na escala global e reafirmamos seu rating ‘brAAA’ na Escala Nacional Brasil.

Também elevamos o rating da companhia holding não operacional, Sul América S.A., de ‘BB+’ para ‘BBB-’ na escala global e reafirmamos seu rating ‘brAA+’ na Escala Nacional Brasil.
Os ratings refletem predominantemente nossa visão sobre o perfil de risco de negócios “forte” da companhia e o seu perfil de risco financeiro “menos que adequado”, com base em sua franquia altamente diversificada e na avaliação do seu capital e rentabilidade “menos que adequada”.

A perspectiva estável reflete nossas expectativas de que a SulAmerica manterá sua posição competitiva, enquanto continua a reportar bom desempenho operacional apesar da forte competição.

Ações de Rating
Em 23 de maio de 2013, a Standard & Poor’s Ratings Services elevou os ratings de crédito de contraparte atribuídos à Sul América Companhia Nacional de Seguros S.A. (SulAmerica), de ‘BBB’ para ‘BBB+’ na escala global e reafirmou seu rating ‘brAAA’ na Escala Nacional Brasil. Também elevamos o rating de crédito de contraparte da Sul América S.A. (SASA, a companhia holding), de ‘BB+’ para ‘BBB-’ na escala global e reafirmamos seu rating ‘brAA+’ na Escala Nacional Brasil. O perfil de crédito individual (stand-alone credit profile ou SACP) da SulAmerica é ‘bbb+’. A perspectiva dos ratings é estável.

Os ratings refletem nossa visão do perfil de risco de negócios (BRP, na sigla em inglês para Business Risk Profile) “forte” da SulAmerica e do seu perfil de risco financeiro (FRP, na sigla em inglês para Financial Risk Profile) “menos que adequado,” com base em nossa avaliação do risco da indústria seguradora de um país” (IICRA, na sigla em inglês para Insurance Industry Country Risk Assessment) dos segmentos de ramos elementares (P&C, na sigla em inglês para Property & Casualty) e de saúde no Brasil e da “forte” posição competitiva da companhia. Uma avaliação “menos que adequada” do capital e rentabilidade, combinada com uma posição de risco de “risco intermediário” e flexibilidade financeira “menos que adequada” resultam em um FRP “menos que adequado”. Nossa avaliação do BRP e do FRP da companhia indica uma “âncora” ‘bbb+’ . Nossa avaliação da gestão integrada de risco (ERM, na sigla em inglês para Enterprise Risk Management) e da administração são consistentes com o SACP ‘bbb+’. Avaliamos a liquidez da companhia como “forte.”

Nosso IICRA para os segmentos brasileiros de saúde e de P&C indica um “risco intermediário”. Isso reflete o risco normalmente enfrentado pelos seguradores de saúde e P&C que operam no país, e se baseia em nossa avaliação “intermediária” para os riscos da indústria e para o risco-país de ambos os segmentos de seguros. Nossa classificação de risco-país se baseia nos riscos dos sistemas econômico, político e financeiro do Brasil, sendo que os dois primeiros sistemas se baseiam nos nossos critérios de ratings soberanos, e o último nos critérios do BICRA (ver BICRA do Brasil permanece no Grupo ‘4’; Perspectiva de seis bancos alterada para negativa pelo aumento no risco econômico e no risco da indústria e Rating ‘BBB’ de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil reafirmado; perspectiva permanece estável). A nossa avaliação do risco da indústria “intermediário” para o segmento de saúde reflete seu desempenho operacional adequado e estável para as companhias privadas com fins lucrativos, apesar da ampla presença de entidades sem fins lucrativos. Em nossa visão, o mercado brasileiro de seguros tem altas barreiras para entrada, o que é um fator positivo, como resultado das altas exigências regulatórias e do elevado número de participantes e de uma grande presença de entidades sem fins lucrativos, o que torna esse setor, de certa forma, não atraente para novos entrantes. Ainda assim, o mercado tem diversos espaços para crescer. Por outro lado, nossa avaliação considera como fatores negativos a regulação existente sobre os preços dos prêmios de saúde individual, em que os aumentos têm de ser aprovados e após estabelecidos limites de acordo com a faixa etária. Além disso, embora acreditemos que a supervisão seja adequada e que há uma extensiva cobertura regulatória, seu histórico é relativamente fraco. A regulação para o setor de saúde é relativamente nova, visto que começou formalmente no ano de 2000 após a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Nossa avaliação de risco “baixo” da indústria para o segmento de P&C se ampara nos seus níveis de rentabilidade bons e estáveis, nos padrões de subscrição adequados e nas exposições a risco administráveis. Também consideramos que os potenciais riscos em geral derivados de catástrofes são moderados, dadas a composição do portfólio da indústria e a baixa incidência de desastres naturais no país. Em nossa visão, esse segmento também tem altas barreiras para entrada em função dos grandes e bem estabelecidos participantes e não em decorrência de regulações. Consideramos que a supervisão e o histórico regulatórios do mercado local são adequados, promovendo um desempenho satisfatório da indústria e crescente competição nos últimos anos. Adicionalmente, o regulador monitora frequente e adequadamente toda a indústria.

De um modo geral, os ratings da SulAmerica refletem sua posição competitiva “forte” no mercado brasileiro de seguros. A SulAmerica usufrui de uma boa posição de mercado nos segmentos de seguro seguro saúde e de automóveis, embora enfrente forte competição em ambas as modalidades, em especial no de seguro de automóveis, em que os canais de distribuição dos seus pares maiores são um desafio para a companhia.

O segmento de seguro saúde gera 70% dos prêmios subscritos brutos da companhia, P&C (25%) e seguro de vida (5%). Os seguros saúde e de automóveis representam 90% dos prêmios totais da companhia e a posicionam entre as três maiores seguradoras do Brasil em ambos os segmentos. A diversificação de produtos tem lhe permitido reportar bom desempenho operacional.

A avaliação do capital e rentabilidade da companhia é “menos que adequada”. De acordo com o nosso modelo de capital baseado em risco (aplicado para as seguradoras da América Latina e Estados Unidos), os níveis de capital da SulAmerica são 12% inferiores à categoria de rating ‘BBB’. No entanto, a falta de exposição a riscos de catástrofes no Brasil e a exposição mínima à volatilidade do mercado acionário no portfólio de investimentos suportam a qualidade do capital.

De acordo com as nossas projeções, assumimos um lucro operacional anual da companhia de pelo menos R$ 453 milhões para o período de 2013-2015. Também esperamos que os indicadores de retorno sobre receitas e de retorno sobre ativos consolidados da SulAmerica fiquem em torno de 6%-8% para 2013-2015, com um índice combinado consolidado inferior a 101%. Estimamos que os prêmios subscritos brutos da companhia aumentem 15%-20% em 2013 e 2015, impulsionados sobretudo pelo crescimento dos segmentos de seguro saúde e de automóveis, sem nenhuma grande mudança no mix de produtos.

Em nossa visão, a posição de risco da SulAmerica reflete um “risco intermediário”, beneficiando-se da diversidade de seus investimentos e dos riscos de seguros. A companhia depende das avaliações internas da qualidade de crédito. O portfólio, excluindo previdência, consite predominantemente de títulos públicos avaliados como ‘A-’ (cerca de 74%), títulos de renda fixa do setor privado (22%, incluindo os títulos corporativos e os certificados de depósitos), as posições de capital (2%) e outros investimentos (2%). O risco de crédito do setor privado compreende principalmente os certificados de depósitos dos bancos avaliados em grau de investimento, e a liquidez muito boa dos títulos públicos suportam a liquidez em geral da companhia. O vencimento médio do portfólio de investimentos da SulAmerica é inferior a cinco anos, sobretudo por causa do prazo dos títulos públicos.

A SulAmerica tem uma flexibilidade financeira “adequada”. O índice de alavancagem financeira era de 13% no exercício findo em 2012, o qual é de certa forma menor do que aquele de seus pares nacionais. Assumimos que a alavancagem financeira permanecerá em torno de 12%, suportando nosso rating atribuído à SASA. Esperamos que a cobertura de encargos fixos seja na faixa de 6x-7x frente ao ambiente de negócios desafiador e se recupere para 7x no médio prazo.

Consideramos a ERM, a administração e as práticas de governança corporativa da SulAmerica como consistentes com seus ratings. A avaliação “adequada” de ERM reflete nossa visão de que a SulAmerica tem práticas de ERM adequadas que resultam em políticas prudentes para riscos de subscrição, de mercado e de crédito, entre outros.

A avaliação da administração e governança da SulAmerica é “satisfatória”, em nossa opinião. A companhia tem um histórico de planejamento estratégico diligente, execução adequada e administração financeira relativamente conservadora e sofisticada. As políticas financeiras da companhia baseadas em valor lhe permitem alocar capital a subsidiárias mais rentáveis e têm levado a uma orientação voltada a desempenho em todo o grupo.

Consideramos a liquidez da SulAmerica como “forte”. A sua estratégia de investimentos tem historicamente sido muito conservadora, focada na qualidade e liquidez, com riscos de crédito e de mercado limitados. A companhia depende de avaliações internas de qualidade de crédito.

Perspectiva
A perspectiva estável reflete nossa visão de que a adequação de capital da SulAmerica permanecerá no nível atual para os próximos anos. Também esperamos que a companhia mantenha seu desempenho operacional consistente com o nosso caso-base e pelo menos uma posição competitiva “forte”.

Poderemos rebaixar os ratings se:

O capital da SulAmerica se deteriorar para níveis inferiores à adequação atual, de acordo com o nosso modelo de capital baseado em risco, se o índice combinado consolidado ultrapassar 101% ou se as posições competitivas nos principais negócios da companhia, de seguro saúde e de automóveis, se deteriorarem em função de uma participação de mercado substancialmente menor. A empresa não preservar seus níveis de liquidez.
Uma ação de rating positiva é improvável nos próximos dois anos. Isso requereria uma melhora significativa na perspectiva econômica para o país e em níveis de capital e rentabilidade mais fortes do que o esperado para a companhia.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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