CEOs estão otimistas e acreditam em crescimento da receita para mercado de Seguros

RELEASE – Estudo da PwC aponta América Latina e Ásia Central como mercados potenciais, principalmente devido ao crescimento da classe média

Apesar da confiança de 15% dos CEOs que atuam no segmento de seguros, de que o mercado melhorará nos próximos 12 meses, a maioria dos líderes da indústria não acredita em mudanças no curto prazo. Grande parte dos executivos enxergam essas perspectivas como provisórias para a economia global. Na análise da PwC, divulgada no “16th Annual Global CEO Survey”, quase um quarto desses profissionais espera que a economia decline, embora a visão seja muito menos pessimista do que no ano passado, quando quase metade dos entrevistados previa piora na economia mundial.

Fatores como a recessão nos EUA e a diminuição do ritmo de crescimento da China são, agora, vistos como cenários prováveis para os próximos meses em todo o planeta. Outro ponto abordado na pesquisa foi uma possível ruptura na zona do euro, além de perspectivas limitadas sobre uma chance de crescimento na Europa Ocidental, em comparação com outras regiões. De acordo com o estudo, a confiança das seguradoras nas perspectivas de crescimento da Europa Ocidental (35% antecipam uma expansão de operações) é significativamente mais baixa do que dos bancos (55%), mas posiciona-se à frente da gestão de ativos (30%).

Com a desaceleração do crescimento econômico nos mercados maduros, muitos CEOs veem maior potencial nos países emergentes da América do Sul, Ásia, África e Oriente Médio. Essas regiões têm passado por mudanças substanciais nas relações de pobreza de suas populações, ampliando a classe média nos últimos anos, principalmente na América Latina. Por isso, países dessa região estão, atualmente, no topo da lista dos locais em que os CEOs enxergam maiores chances de crescimento. Em paralelo, a Ásia é também um forte foco de expansão dos negócios, com mais de 80% dos líderes da indústria acreditando em seu potencial, principalmente na Ásia Central. No entanto, o foco sobre o Oriente Médio (50%), e em certa medida sobre a África, caiu significativamente desde o ano passado e é muito menor nos serviços financeiros globais.

Alerta

O estudo alerta, ainda, para os riscos que os modelos de negócios de seguros existentes correm. De acordo com a “16th Annual Global CEO Survey”, enquanto muitos CEOs de seguros acreditam que os desafios imediatos são as baixas taxas de juros, a desaceleração da demanda em mercados maduros e a consequente pressão sobre os valores das ações, esquecem que as trajetórias de crescimento diferenciadas em vários países do mundo, a demanda por produtos mais transparentes e acessíveis, a revolução tecnológica no segmento de análise de risco são ameaças ao modelo de negócios utilizado em grande parte do mundo.

Para contornar todos esses riscos, especialistas da PwC alertam que o foco das seguradoras deverá estar na adaptação às necessidades dos clientes e na capacidade de inovação e reinvenção dos produtos. Além disso, é importante saber aproveitar as oportunidades emergentes, mas sem elevar os preços para não correr o risco de ter cotação fora do mercado, o que geraria uma grande ameaça por parte de novos concorrentes mais agressivos. “As seguradoras que se adiantarem a essa tendência vão se concentrar profundamente no cliente e terão capacidade superior de inovação e reinvenção. Eles serão capazes de antecipar a mudança e identificar como isso afeta a eles, bem como serem ágeis o suficiente para aproveitar as oportunidades emergentes. “, afirma Carlos Matta, sócio da PwC.

Empregos e a busca por talentos

Outro ponto abordado na pesquisa é a necessidade de investimento em qualificação profissional. CEOs de seguros veem a lacuna de talentos como a maior ameaça para as suas perspectivas de crescimento, embora surpreendentemente menos de 30% desses executivos acreditem que preencher esse vácuo profissional seja uma prioridade.

De acordo com o estudo, a concorrência em relação à remuneração profissional ainda é forte, com cerca de 3/4 dos líderes da indústria acreditando que é necessário investir em salário e benefícios para reter os melhores talentos. No entanto, sustentar este investimento em remuneração será difícil, afirmam os CEOs, pois as exigências fiscais e os aumentos das cargas tributárias em muitos mercados preocupam quase 60% dos entrevistados. Dessa forma, o desafio para as seguradoras é criar uma estrutura de compensação coerente, que possa atrair e reter talentos, além de considerar os riscos e manter recursos suficientes para atender as expectativas dos investidores.

Reconstruir a confiança pública

De acordo com a “16th Annual Global CEO Survey”, 55% dos CEOs de Seguros estão preocupados com a falta de confiança na indústria. Mais de 60% dos entrevistados buscam alternativas para fortalecer a cultura e o comportamento ético do mercado, como definição de regras de comportamentos profissional, práticas de contratação, desenho organizacional, programas de desenvolvimento, gestão de desempenho e recompensas.

Metodologia da Pesquisa:

Para a pesquisa “16th Annual Global CEO Survey”,, 1.330 entrevistas foram realizadas em 68 países durante o último trimestre de 2012. Por região, 449 entrevistas foram realizadas na Ásia-Pacífico, 312 na Europa Ocidental, 227 na América do Norte, 165 na América Latina, 95 na Europa Central e Oriental, 50 na África e 32 no Oriente Médio. 92 CEOs de seguros de 39 países foram consultados.

O relatório de estudo completo com gráficos de apoio pode ser baixado em www.pwc.com/ceosurvey.

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Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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