LONDRES – Enquanto o mundo tenta recompor-se da crise financeira de 2008, e da Primavera Árabe de 2010, o mapa de riscos políticos da Aon para 2013, desenvolvido em parceria com a empresa Roubini Global Economics, identifica certos mercados emergentes que estão vivenciando menor exposição aos riscos políticos.
No intuito de complementar o mapa impresso, a Aon Risk Solutions, a unidade global de gerenciamento de riscos da Aon plc (NYSE: AON), apresenta este mês um novo mapa de riscos políticos online e interativo com dados dos últimos 15 anos. Este mapa mensura os riscos políticos, a violência política e terrorismo em 163 países e territórios no intuito de ajudar as empresas a avaliar os níveis de risco de transferência e cambio de moeda, o risco jurídico e regulatório, interferência política, violência política, inadimplência soberana, e interrupção na cadeia de suprimentos (supply-chain). Em 2013, pela primeira vez, o mapa de riscos políticos da Aon também mede a vulnerabilidade do setor bancário, o risco de estímulo fiscal, e o risco ligado à realização de negócios.
O mapa pode ser acessado por meio do site: http://www.aon.com/2013politicalriskmap/index.html
O Mapa de Riscos Políticos da Aon produz cenários macro dos países, e comparações customizadas das classificações dos países e alterações nos riscos ao longo do tempo. Ao acessarem o mapa interativo da Aon, as corporações podem monitorar as suas exposições específicas aos riscos políticos em mercados emergentes, tanto em termos atuais como históricos. Os dados do mapa serão atualizados trimestralmente, e quando ocorrerem eventos políticos significativos.
Para 2013, o Mapa de Riscos Políticos da Aon apresenta um aumento no número de países com melhor classificação de risco politico (o risco do país ou território como um todo recebeu uma pontuação mais baixa que no ano anterior). Em 2013 a classificação de treze países melhorou (contra três países em 2012). O mapa de 2013 apresenta apenas doze países que foram rebaixados, comparado com 21 países em 2012. Relacionamos abaixo esses países, e os riscos que as entidades enfrentam ao negociar com, e em, tais países.
Principais percepções de uma equipe experiente
Este ano, a capacidade da Aon para gerenciamento de Riscos Políticos foi reforçada com a parceria realizada com a Roubini Global Economics (RGE), uma empresa global independente de pesquisas fundada em 2004 pelo renomado economista Nouriel Roubini, que visa à utilização da metodologia única da RGE – Analítica Quantitativa de Países (QCA) para análise sistemática dos riscos políticos ao redor do mundo. Ao contrário de outras abordagens usadas para análise dos riscos de países, a QCA analisa sistematicamente 158 séries de dados, e proporciona aos clientes um nível inigualável de transparência quanto ao método utilizado para a análise de cada país.
O Mapa de Riscos Políticos da Aon é exclusivo, visto que agora segue uma abordagem de 3 níveis para a análise de riscos políticos em países emergentes (com exceção dos países da UE e da OCDE). As classificações dos países refletem uma combinação da:
• Análise da Aon Risk Solutions
• Análise da Roubini Global Economics
• Opiniões de mais de 20 sindicatos do Lloyd’s e seguradoras corporativas que operam ativamente em seguros de riscos políticos.
Luigi Sturani, chefe da equipe de ramos elementares (property e casualty) e de gerenciamento de crises da Aon Risk Solutions, do Centro Global de Corretagem de Londres, fez o seguinte comentário, “Com o agravamento do risco político, que passou a fazer parte da agenda dos conselhos de empresas, os nossos clientes devem ter acesso a dados e análises de primeira linha para poderem determinar os vetores globais de mudança. Os conhecimentos específicos da Aon, como líder em gerenciamento de crises, associados a dados atuais e históricos permitem-nos proporcionar aos nossos clientes um Mapa de Riscos Políticos de grande valor e profundidade sem igual no mercado”. Matthew Shires, chefe da equipe de riscos políticos da Aon Risk Solutions, em Londres, comentou, “a Aon está continuamente procurando formas de apresentar soluções inovadoras aos seus clientes. Este mapa interativo, agora disponível online, não apenas permite que nossos clientes visualizem o que está acontecendo em determinados países em 2013, como também oferece acesso a informações específicas da nossa equipe líder desde 1998. Isto apoia a tomada de decisões estratégicas e financeiras de nossos clientes no mercado atual, que é altamente regulamentado e muito exigente.”
Shires acrescentou, ”Não obstante as melhores classificações para este ano, as empresas que operam em países emergentes ainda enfrentam riscos políticos significativos. Trabalhamos em estreita colaboração com nossos clientes no sentido de identificarmos as suas exposições a tais riscos. Fundamentado em sólidas informações e análises das tendências atuais e históricas, este novo mapa interativo proporciona uma clareza sem precedentes quando nossos clientes avaliam os seus riscos políticos em mercados emergentes”.
No que diz respeito à América Latina e aos riscos para empresas brasileiras, Keith Martin, responsável para a área de comércio e investimento internacional da Aon Brasil, comentou: “Em vários países, como Peru, Colômbia e México, vemos um quadro político e econômico estável ou até melhorando, mas, na Argentina, Venezuela e em Cuba, os riscos estão aumentando. Na Argentina, há um risco mais elevado de confrontos entre o governo e sindicatos, empresas e outros – e de restrições ainda mais severas ao câmbio de moeda. Na Venezuela, a transição pós-Chávez vai demorar a ser consolidada – particularmente por causa das varias tendências adentro do próprio chavismo, que somente não se cristalizaram mais no passado devido à liderança do antigo presidente. Finalmente, Cuba enfrenta tanto os riscos de uma abertura parcial estagnada como também de possíveis mudanças em Venezuela, fonte de recursos importantes para o regime cubano. Nesses países, como nos outros de interesse das empresas brasileiras, é importante avaliar criteriosamente as suas atuais e possíveis futuros negócios sob a lente de riscos políticos e regulatórios.”
Richard Green, Diretor Executivo da Roubini Global Economics, declarou que, “A Roubini Global Economics orgulha-se de sua parceria com a Aon em disponibilizar esta abordagem criteriosa de mapeamento de riscos políticos e violência política para seus clientes. Este ano, a exposição aos riscos políticos nos mercados emergentes permanece volátil, contudo os nossos dados demonstram uma diferenciação liderada pela capacidade financeira de alguns países para melhorar seus balanços. A nossa análise indica que Omã, Bahrain, e os EAU apresentaram uma menor exposição aos riscos políticos, o que ilustra a sua força na região, e o fato de terem superado o impacto da Primavera Árabe de 2010. O Mapa de Riscos Políticos da Aon exclusivo e interativo dará aos nossos clientes uma nova percepção das tendências nos mercados emergentes, e um quadro trimestral da evolução do risco político, com base na pesquisa mais sólida da indústria.”
Resumo do Mapa:
2013 – Elevação e Rebaixamento das Classificações dos Países
Elevação (quando o risco somado do país ou território recebe uma pontuação menor que no ano anterior)
13 classificações elevadas (2012: 3 classificações elevadas): Armênia, Azerbaijão, Bahrain, Barbados, Belarus, Guatemala, Macedônia, Montenegro, Omã, Paquistão, Suazilândia, Tailândia, e Emirados Árabes Unidos.
Rebaixamento (quando o risco geral do país ou território recebe uma pontuação maior que no ano anterior)
12 rebaixamentos (2012: 21 rebaixamentos): Argélia, Camarões, Chade, Etiópia, Madagascar, Mali, Namíbia, Moldova, Turcomenistão, Uzbequistão, Panamá, e Paraguai.
Tendências:
Mais elevações que rebaixamentos: Após vários anos de grandes rebaixamentos resultantes da Primavera Árabe, os efeitos políticos da crise financeira global e tensões persistentes no Sul da Ásia – o risco político diminuiu em 13 países, contra rebaixamentos em 12 países. Identificamos as seguintes tendências:
Melhorias na Periferia da Europa
Vários países da Ásia Central e do Cáucaso– Azerbaijão e Armênia, por exemplo, apresentaram melhoria, no entanto a partir de uma base baixa. Tal reflete um esforço conjunto da Europa emergente e Comunidade dos Estados Independentes para uma reforma estrutural no sentido de atrair investimentos, e aumentar a participação no mercado. Apesar de ainda haver a possibilidade de melhorias, a tensão econômica que perdura na Europa Ocidental e Oriental aumentou a pressão econômica sobre vários governos regionais, resultando em rebaixamentos na Moldova e Uzbequistão, (a melhoria das instituições governamentais reduz o efeito de tais riscos sobre os investimentos através do fortalecimento dos balanços dos países).
Uma nova ordem no Oriente Médio
Após haverem liderado os rebaixamentos em 2012, três países do Oriente Médio (Bahrain, Omã, e EAU) tiveram um upgrade em 2013, em reflexo da estabilização e diferenciação do risco político na região MENA (Oriente Médio e Norte de África). Apesar de tal situação poder ser temporária, visto que a região ainda é frágil, tal cristaliza a diferença na região entre os países que possuem instituições econômicas e financeiras mais sólidas e os países com maior riqueza que aumentam a sua resistência no caso de eventos políticos e econômicos adversos. Além do mais, tal enfatiza a importância de instituições corporativas e financeiras sólidas que amortecem os efeitos sobre os países.
Consequências na África Ocidental
Camarões, Chade, e Mali foram rebaixados, assim como a vizinha Argélia, o que reflete as consequências das difíceis mudanças de regimes no Norte de África, que desestabilizarão esses países. O fluxo de grandes quantidades de armas e rebeldes nas fronteiras exacerbou o já elevado risco político. Em 2013 até à presente data, os acontecimentos indicam a existência de potencial para mais rebaixamentos.
Sobre o Mapa de Riscos Políticos da Aon para 2013
A Aon mede o risco politico de 163 países e territórios para apurar os riscos associados a transferência e cambio de moeda, inadimplência soberana, interferência politica, interrupção na cadeia de suprimentos (supply chain), regimes jurídicos e regulatórios, violência politica, facilidade de realizar negócios, vulnerabilidade do setor bancário, e capacidade dos governos em termos de estímulo fiscal. A cada um dos países é atribuída uma classificação em cada categoria de risco específica, assim como uma classificação geral do risco: Baixo, Médio-Baixo, Médio, Médio-Alto, Alto ou Muito Alto. Os países membros da União Europeia e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico não são classificados no mapa de 2013.
A classificação dos países reflete uma combinação das analises realizadas pela Aon Risk Solutions e Roubini Global Economics—uma empresa global de análises e de assessoria — bem como os pareceres de 26 sindicatos do Lloyd’s e seguradoras corporativas que operam ativamente em seguros de riscos políticos.
Roubini Global Economics e Analítica Quantitativa de Países
A Aon fez uma parceria com a Roubini Global Economics, um empresa global independente de pesquisas, fundada em 2004 pelo renomado economista Nouriel Roubini, para produzir o Mapa de Riscos Políticos para 2013, e utilização da metodologia única da RGE – Analítica Quantitativa de Países (QCA), para analisar sistematicamente os riscos políticos em todo o mundo. A Analítica Quantitativa de Países (QCA), de propriedade exclusiva da Roubini, permite que a RGE e seus sócios monitorem alterações nos países de forma sistemática, proporciona comparativos transfronteiriços coerentes, e o mais importante decompõe o risco para mostrar os vários elementos que o empurrem.
Além de produzir resultados mais sólidos, a mudança da Aon para a referida metodologia proporciona aos seus clientes a oportunidade de interagirem com o mapa de riscos. Os clientes poderão realizar tarefas como decompor cada um dos ícones de risco, e monitorar os vetores de mudanças nas pontuações dos ícones de risco.
Cada um dos países que consta no mapa é classificado de acordo com os diferentes tipos de risco que enfrenta. Tais riscos são mostrados como ícones individuais, sendo que os primeiros seis ícones determinam a classificação geral do país, e os três ícones novos fornecem informações adicionais.
Descrições Resumidas de Cada Ícone de Risco
A classificação do país de acordo com o mapa baseia-se em seis ícones principais, que representam os riscos seguráveis, são eles:
Transferência e Câmbio de Moeda: O risco de não poder realizar pagamentos em moeda forte em resultado de imposição de controles monetários locais. Este risco envolve vários fatores econômicos, inclusive medidas restritivas para contas de capital, o regime de taxas cambiais ‘de facto’ do país, e reservas cambiais. Este ícone de risco foi recentemente acrescentado a 29 países e territórios comparado com o mapa de 2012, inclusive Bermuda, Camarões, Sri Lanka, e Ucrânia. Este risco diminuiu em 13 países, inclusive na Albânia, Camboja, Paraguai e Zâmbia.
Jurídico e Regulatório: O risco de perda financeira ou de reputação resultante de dificuldades em cumprir as leis do país anfitrião, regulamentos ou códigos. Este risco inclui medições da eficácia governamental, estado de direito, direitos de propriedade mais amplos, e qualidade regulatória. Este ícone de risco foi recentemente acrescentado a 2 países e territórios comparado com o mapa de 2012: Armênia e Mali. Este risco regrediu em 10 países, inclusive no Brasil, Croácia, Peru, e Arábia Saudita.
Interferência Política: O risco de interferência do governo anfitrião na economia ou outras áreas que possam afetar negativamente os interesses de negócios no exterior, e.g., nacionalização e expropriação. Este risco é composto por várias medições de riscos sociais, institucionais e regulatórios. Este ícone de risco foi recentemente acrescentado a 3 países e territórios comparado com o mapa de 2012: Guatemala, Honduras e Moldova. Este risco regrediu em 14 países, inclusive em El Salvador, Peru, Tailândia e Zâmbia.
Violência Política: O risco de greves, tumultos, comoções civis, sabotagem, terrorismo, danos dolosos, guerra, guerra civil, rebelião, revolução, insurreição, ato hostil de potência beligerante, motim ou golpe de Estado. A Violência Politica é quantificada através da utilização de medições de estabilidade politica, de situação de paz, e de atos específicos de violência. Este ícone de risco foi recentemente acrescentado a 21 países e territórios comparado com o mapa de 2012, inclusive: Argentina, Filipinas, Rússia, e Servia. Este risco regrediu em 12 países, inclusive na Colômbia, Kuwait, Indonésia e Omã.
Inadimplência Soberana: O risco de um governo estrangeiro ou entidade de um governo estrangeiro deixar de honrar suas obrigações em relação a empréstimos ou outros compromissos financeiros. Este risco envolve medições tanto da capacidade como da boa vontade para efetuar pagamentos, inclusive politica fiscal, risco político, e direito de Estado. Este ícone de risco foi recentemente acrescentado a 12 países e territórios comparado com o mapa de 2012, inclusive: Gambia, Lesoto, Rússia, e Senegal. Este risco regrediu em 7 países, inclusive na Bósnia, Croácia, Trinidad & Tobago e nos Emirados Árabes Unidos.
Interrupção na Cadeia de Fornecimento (supply chain): O risco de interrupção no fluxo de bens e/ou serviços entrando ou saindo de um país em resultado de instabilidade politica, social, econômica ou ambiental. Este ícone de risco foi recentemente acrescentado a 47 países e territórios comparado com o mapa de 2012, inclusive: Argélia, Burundi, Mali e Tunísia. Este risco regrediu em 8 países, inclusive no Brasil, China, Índia e Panamá.
Ícones novos em 2013 e não utilizados na classificação de países
Riscos na Realização de Negócios: Os obstáculos regulatórios relativos à formação e operação de uma empresa no país, tais como procedimentos excessivos, o tempo e custo envolvidos no registro de uma nova empresa, obtenção de alvarás de construção, comércio transfronteiriço, e obtenção de crédito bancário mediante planos comerciais sólidos. Este risco foi encontrado em 96 países, inclusive na Argentina, Bolívia, Dominica, Nigéria e Rússia.
Vulnerabilidade do Setor Bancário: O risco de o setor bancário de um país entrar em crise ou não ser capaz de apoiar o crescimento econômico com crédito adequado. Este risco envolve medições da capitalização e solidez do setor bancário, e vínculos macrofinanceiros como o endividamento total, desempenho comercial, e rigidez do mercado de trabalho. Este risco foi encontrado em 106 países e territórios, inclusive na China, El Salvador, Índia e Tailândia.
Riscos de Estímulo Fiscal: O risco de o governo não ser capaz de estimular a economia devido à falta de credibilidade fiscal, reservas em declínio, endividamento alto, ou ineficiência do governo. Este risco foi encontrado em 94 países e territórios, inclusive na Albânia, Libéria, Marrocos, Tanzânia e Uganda.