Medo das mídias sociais? Pense bem…

O Valor traz uma tradução de um texto do Wall Street Journal sobre o temor dos CEOs em entrar nas redes sociais (Por que os CEOs têm medo de 140 caracteres?). No Brasil, boa parte dos CEOs da indústria de seguros também teme as novas mídias. Mas muitos deles enfrentam os desafios não só do twitter, como do Facebook.

Temos Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros (com 2,3 mil amigos), Fabio Luchetti, presidente da Porto Seguro (4,4 mil amigos), Luis Maurette, CEO da AL da Willis, Max Thiermann e Paulo Marraccini, membros do conselho da Allianz, Bento Zanzini, responsável por microsseguro na BB Mapfre, Helio Kinoshita, da Mitsui, Paulo Umeki, Renato Rodrigues e Luiz Francisco Campos da Liberty, Marcelo Blay (1,8 mil amigos) e seu sócio Manes, da Minuto Seguros, entre outros corretores, resseguradores, assessores e fornecedores. E muitos, muitos jornalistas!

Eu realmente tenho grande admiração pelos executivos presentes nas mídias sociais, pois não é fácil enfrentar a democratização da informação. Ainda mais quando o número de “curtir” é bem maior nos comentários negativos do que nos positivos. Realmente é um desafio para poucos profissionais do setor de seguros, que ainda luta para melhorar a imagem do produto perante a opinião pública. A idéia ainda que se tem é de que o seguro é um mal necessário, caro e quando se precisa usar há dificuldades.

Como estamos em meio a muitas mudanças, afirmo que vale a pena arriscar. É bem mais divertido participar do debate real do que ficar apenas observando sem fazer nada. Nem de bom para comemorar, nem de ruim para aprender e aprimorar. Com certeza esses executivos serão os mais citados pelos jornalistas em matérias, pela facilidade que temos de encontrá-los e ter uma resposta rápida. Outro dia um CEO me perguntou: por que você entrevista tanto o fulano? É seu preferido? A resposta não poderia ser outra: Quem tem conteúdo e coragem está sempre disponível, inclusive nas mídias digitais.

Realmente facilita muito e traz credibilidade, uma vez que por meio das mídias é possível diminuir o vácuo entre o que se diz e o que se faz. Imagino que também gere negócios. Eu, por exemplo, consigo muito trabalho por meio das mídias sociais. Praticamente metade do meu faturamento hoje vem por meio do face, twitter e linkedin. E as fontes que mais procuro são aquelas que estão acessíveis nas redes. Afinal, ninguém tem tempo a perder.

Na matéria publicada hoje no Valor, Mark Bertolini, diretor-presidente da seguradora Aetna Inc., expressa bem que tipo de executivo pode ter sucesso no uso das redes sociais. Ele tem uma conta no site há três anos – embora a filha, que já foi diretora de redes sociais, tenha tentado dissuadi-lo. Bertolini já usou a plataforma para falar de coisas pessoais, como o transplante de rim do filho. Embora tenha entrado no Twitter para se comunicar com amigos, o executivo virou um para-raios para críticos da Aetna.

Meses atrás, quando um segurado com câncer de cólon usou o Twitter para contar que atingira o teto de custos do seu plano de saúde Aetna, centenas de usuários do site postaram me nsagens raivosas para Bertolini, que logo entrou em contato com o segurado, também via Twitter. O resultado? A Aetna aceitou pagar as despesas médicas do homem até o fim do último ano do plano. “Não quero ser um comunicado de imprensa”, diz Bertolini, que tem cerca de 3.000 seguidores. “É preciso correr certos riscos. É preciso se expor um pouco”. Presidentes das 500 maiores empresas do ranking da revista “Fortune” com conta no Twitter têm, em média, 33.250 seguidores, segundo o estudo do CEO.come da Domo. Uma celebridade do meio empresarial como Jack Welch, ex-cabeça da GE, tem 1,3 milhão de seguidores.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

2 COMENTÁRIOS

  1. É ótimo quando você tem tempo para pôr seu mais puro pensar no blog, Denise. Nas horas em que você se apropria plenamente da sua experiência de tantos anos de trabalho neste setor – como fez nesse texto – é que seus leitores mais se deliciam com sua saudável petulância, sua independência e com a generosa utilidade do seu texto! Parabéns.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS