Impressionante a curiosidade das pessoas em relação a SulAmérica. E estimulante, principalmente num momento de entressafra de notícias. Neste período do ano há poucas notícias, pois muitos executivos estão em férias e outros em ritmo frenético de trabalho para finalizar o balanço de 2011. Como não podem falar antes da divulgação do balanço, prevista para fevereiro, os jornalistas sofrem com a escassez de informações.
Todos querem saber o que a centenária seguradora fará com os R$ 500 milhões que serão emitidos em debêntures em fevereiro. Bem, como diz a nota divulgada aos acionistas, parte do dinheiro será para pagar dívida e investir na operação. Restam cerca de R$ 150 milhões, segundo cálculos dos executivos que buscam decifrar a estratégia de uma das maiores seguradoras do Brasil. Se vai comprar alguém, será alguém pequeno, uma vez que a recessão em países europeus e o crescimento do Brasil aliado ao fato de ser o anfitrião da Copa 2014 e Olimpíadas 2016 valorizaram o passe das companhias locais.
Pode se associar também. A parte do ING, avaliada em US$ 720 milhões, não tem como comprar só com esse valor. A não ser que alguém esteja comprando e parte dos recursos será injetado via a compra de debêntures. Interessados não faltam, contam. Muitos estrangeiros querem entrar no mercado de seguros do Brasil, que cresce o dobro do PIB há dez anos. Há segmentos pouco explorados, como residencial, vida e riscos financeiros, que prometem boa rentabilidade se analisado o histórico passado e o comportamento mundial dessas carteiras.
O que poucos falam é do investimento que pode ser essa emissão. 110% do CDI, envolvendo duas empresas com credibilidade — SulAmérica e ING —, é um excelente retorno diante das perspectivas do cenário econômico mundial. Bem, a saída é ficar atento e torcer para que a SulAmérica fique cada dia melhor para atender a uma demanda crescente da população por proteção financeira e patrimonial. Principalmente em plano de saúde, que representa mais da metade do faturamento do grupo. Nos últimos anos, o grupo ganhou boa parte das premiações envolvendo governança corporativa, transparência e qualidade de atendimento. Uma companhia assim, que se moderniza, se mantém longeva.