Seguros deve crescer o dobro da economia nacional

Matéria da revista Apólice

Este é o prognóstico de todos os executivos do setor, entrevistados pela Revista Apólice durante a XVI Exposeg, que aconteceu em Brasília

“Neste ano iniciamos a operação de Vida e Previdência. Obtivemos crescimento de 70% na carteira, e devemos continuar neste ritmo. No ramo de pessoas, acho que o brasileiro vai apostar mais no seguro de vida individual. Em afinidades, o seguro vendido atrelado a um bem também deve crescer, bem como a previdência individual. No primeiro semestre de 2012, a empresa de resseguros do Grupo deve iniciar sua operação, assim como outras linhas de negócios que estamos analisando. Queremos ser uma seguradora completa para atender todos os corretores e clientes.”

João Gilberto Possiede | Presidente da L. Malucelli

“O ano de 2011 foi bom. Nossa carteira tem crescido anualmente e o resultado operacional foi excelente. Nossa sinistralidade foi muito baixa. Alcançamos nossa meta. Nesta feira decidimos participar com estande. Até então, participávamos do nacional e do paulista indiretamente, mas desta vez resolvemos mostrar a cara. Com relação a 2012, aumentamos as esperanças de que teremos um ano extraordinário, não só pelo tão encantado mundial de futebol, as Olimpíadas, mas acontece que junto com estes eventos vem o desenvolvimento do País com obras de infraestrutura, principalmente no que se refere à geração de energia. Inúmeros são os locais em que há condição de se construir uma usina e elas são necessárias, porque o País sempre terá demanda.”

Francisco Vidigal Filho | Vice Presidente da Marítima Seguros

“O ano de 2011 foi bom e teremos um crescimento de 20%, impulsionado no segundo semestre pela carteira de automóvel e, durante o ano inteiro, pela carteira de ramos elementares. Para 2012, apostamos nestas carteiras. A Marítima acredita bastante na expansão regional. Este ano, abrimos Goiânia e, até o fi nal, abriremos Recife e Brasília. Estas praças devem impulsionar o crescimento da companhia no próximo ano. O Brasil está num momento bom e o mundo inteiro está voltado para cá. O mercado de seguros vai explodir nos próximos 5 ou 10 anos e ele terá mais que o dobro da participação que tem hoje. Estamos no mercado certo e no momento certo. Apesar de ainda ser necessário aculturar a população em relação ao seguro de pessoas, acho que o seguro de vida tem um potencial de crescimento muito grande, mas que ainda levará algum tempo para o seu crescimento aparecer com força.”

Ricardo Saad | Presidente da Bradesco Auto/RE

“O ano está terminando de forma bastante positiva. Todas as empresas do Grupo tiveram crescimento signifi cativo. A Bradesco Auto/RE teve um desempenho muito bom. No ramo de auto, devemos terminar o ano com crescimento dentro das nossas projeções. Em ramos elementares, o foco foram os produtos massificados, em especial o residencial. O mercado cresceu na faixa de 15% e a companhia cresceu 45%. Estamos terminando o ano com quase 2 milhões de residências seguradas. Crescemos muito também no ramo empresarial, com foco no seguro de transporte. Para o ano que vem, estamos imaginando um crescimento em torno de 10 a 15% nas áreas de auto e RE, também focados nos produtos massificados. O Brasil está apresentando várias oportunidades para o mercado de seguros, principalmente com o crescimento do consumo interno, das famílias brasileiras, que hoje representa quase 60% do crescimento do PIB brasileiro.”

“Vamos continuar apostando no empresarial e no residencial, além dos riscos diversos com foco nos equipamentos. Em automóvel haverá uma recomposição dos preços, pois houve uma forte demanda da área de reparação automotiva pelo aumento dos custos, principalmente por conta dos preços das peças e da mão de obra. Pode ser que isso se reflita nos preços.”

João Francisco Borges | Presidente da HDI Seguros

“O ano foi muito bom. Fechamos o primeiro semestre com 20% de crescimento, baseado na expansão geográfi ca da companhia, que entrou em regiões e cidades onde ainda não atuávamos. O resultado do primeiro semestre foi 25% maior que do mesmo período do ano anterior e ainda alimentamos a perspectiva de fechar o ano bem, embora a queda da taxa de juros já comece a afetar um pouco o resultado fi nanceiro das companhias e do mercado como um todo. Estimamos fechar o ano com faturamento de R$ 1,85 bilhão, com quase 1,5 milhão de veículos segurados. Para 2012, tudo vai depender da economia e, em nosso caso, em função do desenvolvimento do mercado interno, do nível de emprego no País, da confi ança do consumidor e das vendas de novos veículos. Estamos otimistas e achamos que existe um trabalho da equipe econômica para manter a indústria automobilística com mesma performance positiva. Com isso, esperamos crescer cerca de 15% no próximo ano.”

Marcus Vinicius Martins | CEO da Zurich Seguros

“A empresa sempre foi muito conhecida em grandes riscos e continuamos muito bem nisso. Para se ter uma ideia, temos em nosso portfolio três estádios segurados e mais um que será anunciado em breve. Tomamos foco para crescer no segmento de affi nity, através de distribuidores de varejo, como garantia estendida. Na parte de varejo, no seguro de automóveis, fi zemos um trabalho forte de aproximação com o corretor para mostrar os diferenciais da companhia. Para atender o corretor criamos o ZAC em diversas localidades, o que nos trouxe crescimento forte com resultado. Oferecemos agora benefícios que realmente agregam valor ao seguro, como o auto com desemprego, que só a Zurich tem. O cliente que compra o seguro auto da Zurich se fi car desempregado, não precisa pagar as prestações restantes. Em dezembro lançamos a cobertura para doenças graves: o segurado que for acometido de AVC, infarto, transplante de órgãos ou câncer, o seguro está quitado.”

Marcio Magnaboschi | Diretor Comercial da MetLife

“Temos como perspectiva fechar 2011 com 30% a mais de lucro do que no ano anterior, baseado na carteira de vida, que apresentou sinistralidade muito boa e com volume de prêmios que nos dá tranquilidade para não fi car dependente da oscilação da sinistralidade. Chegamos ao equilíbrio técnico e estamos ganhando efi ciência administrativa, investindo em sistemas de cotação online, faturamento e angariação. Na parte de planos odontológicos, fechamos o ano com 500 mil vidas na carteira. Ainda estamos na fase de investimentos em tecnologia , em sistemas e processos e vamos entrar no break-even em 2012. Apesar da crise, o Brasil está vivendo um momento especial e o setor de seguros continuará crescendo na casa de dois dígitos, com vida aumentando até 14%, principalmente nos produtos para pequena e média empresa. Em 2012, vamos investir fortemente em produtos para PME e vamos retrabalhar a questão de custos e facilidades para o pequeno empresário.”

Laerte Tavares | Diretor Comercial da Capemisa

“No ano de 2011, a Capemisa experimentou o maior crescimento da sua história, demonstrando que a política adotada por nosso Conselho e pelo presidente está nos levando para um caminho bastante promissor. 2011 foi um ano de muitas realizações, culminando com o lançamento da Capemisa Capitalização. Agora, a empresa fi ca completa no segmento de pessoas, no tripé que suporta todas as nossas ações comerciais. A princípio, nós vamos trabalhar nestes três segmentos – vida, previdência e capitalização. Naturalmente, como toda empresa que pensa em crescer, é possível que haja uma expansão em outros segmentos, mas não é o nosso foco. Com a chegada da capitalização, naturalmente agregamos mais um valor aos produtos de previdência e também fazemos todos os negócios de capitalização dentro de casa. Para 2012, nossa meta de crescimento é de, no mínimo, 30%.”

Thiago Leão de Moura | Diretor Comercial do Banco Fator Seguradora

“A Fator é uma seguradora nova, com três anos de mercado. Acompanhando o desenvolvimento da indústria de infraestrutura no Brasil, desde o início de 2011 colocamos novos produtos no mercado para dar suporte ao setor. Criamos o seguro de engenharia, RC Obras e Equipamentos, Aeronáutica, Off -Shore, Eventos e Petróleo para builders. Estamos lançando um novo jeito de fazer seguro garantia, para pequenas e médias empresas. Queremos dar suporte às empresas que fazem obras para grandes empresas. Fazemos tudo online e rápido, com agilidade, para não ter complicação. Queremos facilitar a vida das empresas e dos corretores. A partir do primeiro semestre do ano que vem já iniciamos esta atividade.”

Francisco Coutinho | Superintendente Operacional de Associações e Representações da Rodobens

“2011 foi um ano de grandes conquistas, com consecutivos recordes de vendas. Ele foi surpreendente, vantajoso para o consórcio. As perspectivas para 2012 são ainda melhores. Estamos vendo o cenário mundial, mas acreditamos no mercado interno. Consórcio é um produto que sofre com qualquer tipo de alteração que possa haver no mercado, mas é muito consolidado e está ligado a poupança, planejamento. Participamos pela segunda vez da feira por acreditarmos no potencial dos corretores de seguros. 47% da base de distribuição é feita via corretores. Vamos disponibilizar novos produtos para o corretor, sem tirar o foco dele do produto principal, mas agregando valor ao negócio para que ele possa ter melhores ganhos.”

Dirceu Tiegs | Diretor geral Rede Comercial da Mapfre Seguros

“Em 2011 já temos fechados três trimestres, com o Grupo Mapfre crescendo 12% em faturamento no mundo, atingindo 22 bilhões de euros, com crescimento do lucro na casa de 10%, acima de 1 bilhão de euros de volume líquido. O ano foi complicado na Europa, mas a vantagem da Mapfre foi ter deixado a Espanha como único país em 1984 e estar hoje em 43 países, e a Espanha representa 43% de participação. O Brasil tem papel prioritário entre todas as operações internacionais (Ásia, EUA e Leste Europeu).”

“O ano também foi excelente para o Grupo Mapfre no Brasil. Fizemos a integração com o BB e hoje temos produto único tanto pelo canal corretor quanto no balcão, com marcas diferentes, mas com condições e preços compatíveis. Isso nos fez crescer mesmo no ano de integração, com índice de 19% na produção da Mapfre. Melhoramos os processos e produtos e ampliamos a quantidade de corretores em 1200, durante 2011. Chegamos a 14500 corretores e inauguramos mais fi liais. Para o próximo ano, temos uma expectativa importante que não muda em nada nossa postura de abrir novas fi liais, trazendo mais corretores e elaborando melhores processos.”

“Já somos uma empresa focada no canal corretor, para o qual sempre temos um programa que se encaixa à sua necessidade. Atendemos o corretor que está chegando no mercado, o corretor médio, o grande corretor e o broker. Como a gestão dos produtos é da Mapfre, produzimos ferramentas com assertividade. São 2,5 milhões de carros na frota, com quantidade grande de residências seguradas. Trabalhando com 600 regiões tarifárias, conseguimos precifi car os produtos de forma mais adequada e atrativa para o consumidor fi nal. O cenário internacional não vai ser fácil, mas temos em nosso planejamento estratégico crescer mais que o mercado, através de serviços e investimentos em mais distribuidores.”

Marcos Machini | Vice-presidente da Liberty

“Nos últimos 7 anos, crescemos em média 22% ao ano e em 2011 devemos chegar a 15%. Para o ano que vem o cenário é positivo. Temos trabalhado com várias informações econômicas de mercado e há muitos indicadores positivos, como o crescimento da classe C que deve impulsionar o mercado segurador, não só para 2012 mas para os próximos anos também. Vamos ter muitos novos consumidores. O desafio é como trazer este novo consumidor para o produto ideal, para o canal do corretor e para a companhia. Há 35 milhões de empregos criados nos últimos 3 anos.”

“Eles são de todos os segmentos, independente da área e mostra que o crescimento do consumo vai continuar nos próximos anos. Tem também o crescimento imobiliário, independente de bolha, há muita gente comprando imóvel e ele é patrimônio e foco de seguro. Tudo isso é positivo para o mercado e nós estamos olhando para estas informações. Temos que olhar para a rentabilidade, que ainda foi positiva em 2011, mas que sofreu um pouco. Nos seguros de automóvel, a média da sinistralidade subiu um pouco, mas acreditamos que ela vai se recuperar no ano que vem.”

Edson Santiago Soares | Diretor Comercial e de Marketing da Santamália

“Nossa expectativa é das melhores possíveis. Apostamos francamente nas classes C e D e acreditamos que a expertise desenvolvida por nossa empresa garante, de fato, o reconhecimento de nossos clientes, o que ajuda muito a propagação de nossa marca nas regiões em que já atuamos. Não obstante ao cenário de crise que se anuncia, achamos nossos produtos excelentes alternativas para o RH que pretende reduzir seus custos sem abrir mão da qualidade.”

“Vamos investir mais forte no conceito de “Saúde total” propondo ao profissional gestor de RH uma solução completa que envolva PCMSO, ODONTO, SAÚDE “linkados” aos nossos serviços próprios. Vamos ampliar nossa participação no segmento de PMEs com a mesma proposta acima e focar os Coletivos por Adesão. Para 2012, no mínimo, esperamos crescer 30%, mas sempre vamos crescer na mesma proporção em que nossa rede possa atender a demanda. Não podemos e não precisamos pedalar nas vendas, não podemos crescer sem sustentar tal crescimento. Saúde é coisa séria. Não passa pelos nossos planos fugir da nossa história, assim não creio em possíveis aquisições de nossa parte, porém dada a nossa característica regional, sempre vejo com bons olhos parcerias onde expertises se somem para ampliar perspectivas de mercado.”

Valmir Rodrigues | Diretor Executivo Nacional da Tokio Marine

“Fechamos o ano de 2011 batendo todas as metas de produção, com perspectivas de atingir uma super meta, que é dobrar o resultado que assumimos com o Japão. O ano foi maravilhoso sob todos os aspectos. A Tokio evoluiu muito em tecnologia e nossos serviços, processos e produtos melhoraram bastante. Conseguimos aumentar a grade de corretores e estamos encerrando o ano com um trabalho intenso para dar continuidade em 2012. Considerando tudo que está acontecendo no País – obras do PAC, Pré-sal, Copa do Mundo e Olimpíadas – nós estamos nos fortalecendo nos riscos de engenharia, garantia, mas o carro chefe ainda é o automóvel. A Tokio tem 54 sucursais pelo Brasil todo, mas estamos preparados para crescer em vida, em bens – empresarial, transporte, riscos de engenharia, garantia – e no automóvel, que temos muitas novidades. Tanto a Europa quanto os EUA vivem uma crise muito grande e a nossa expectativa é que cada vez venham mais recursos para cá, mais investimentos, e a Tokio quer fazer parte deste trabalho.”

Jayme Garfinkel | Presidente da Porto Seguro

“Acreditamos que 2012 será uma repetição de 2011. Tem coisas positivas: achamos que haverá aumento de prêmios que deve gerar receita nova. Em 2011 houve aumento da sinistralidade, aumento dos custos. O mercado está reagindo neste fi nal de ano tentando realinhar suas margens. Por outro lado – e eu sou um pessimista – é melhor esperar o pior. Esta crise internacional é muito grave e nós temos que olhar com calma. Dentro da Porto, os investimentos que temos que fazer são apenas de continuidade, como um prédio que estamos construindo, investimento em infraestrutura, mas com muita cautela. Não sabemos qual será o impacto da crise na rentabilidade da empresa. Em 2011, lançamos alguns projetos, como a empresa de telefonia celular virtual. É uma forma de apoiar as vendas. Isso já é emoção suficiente para entrar e ver o que dá certo.”

Thomaz Menezes | Presidente SulAmérica

“Mudança é uma constante e nós temos que nos acostumar que o mundo muda sempre, em função das pessoas, da economia cada vez mais globalizada, de novas tecnologias, novas ferramentas, produtos. O mercado como um todo tem que se acostumar com esta realidade. As perspectivas para o próximo ano são positivas. Talvez um pouco mais desafiadoras em função da crise global e dos desafi os do mundo para resolvê-las. O desafio é um pouco maior porque a crise não é só fi nanceira, mas política também, de acreditar que as medidas severas e duras devem ser tomadas.”

“O que aconteceu na Grécia serviu de lição para os outros países da Europa. Para o Brasil será um ano de crescimento, principalmente para a indústria de seguros, não só em termos de desenvolvimento de produtos, tecnologia, mercado, segmentação. Temos o privilégio de sermos uma companhia independente, multiproduto e multicanal, sempre através dos corretores de seguros. Vamos ter oportunidade em quase todos os segmentos. O automóvel tem possibilidades de crescimento. O desafio é disputar o mercado com preço justo. A estratégia de crescimento baseada apenas em preço não é sustentável. Portanto, 2012 é um ano de escolhas para as seguradoras.”

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

1 COMENTÁRIO

  1. A cultura do Brasil no seguro tem que se desenvolver muito, mais o importante é que vivemos um excelente momento de crescimento.
    Basta citar que apenas 30% da frota de autos é segurada no país.

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