O microsseguro – apólices desenhadas para as camadas mais carentes da população de um país – virou ordem mundial com o avanço da mobilidade social. No Brasil, que ainda aguarda uma regulamentação, o nicho é alvo de estudos e estruturação da operação por praticamente todas as 20 maiiores seguradoras. Afinal, a expectativa é de que mais de 100 milhões de pessoas possam consumir os produtos classificados em microsseguros.
O estímulo das seguradoras para entrar nesse nicho de mercado é simples. Nos últimos cinco anos a classe C dobrou de tamanho e deverá dobrar novamente nos próximos cinco anos. Além disso, os programas de microfinanças começam a ganhar corpo nos bancos e nas ONGs.
Após anos investindo na gestão do conhecimento de como lidar com as classes de menor renda, os projetos de microcrédito se mostram consolidados e novos produtos começam a ser incluídos na base de distribuição desenvolvida. Bancos como Santander e Itaú são os mais avançados no assunto. Produtos como seguros de vida, acidentes pessoais, prestamistas e assistência funeral são os principais candidatos para esse segmento de mercado.
Entre os programas de maior destaque, ainda chamados de seguros populares por não haver ainda a regulamentação de microsseguro, temos o Bradesco, com a venda de seguros de acidentes pessoais; o projeto Morro Dona Marta, que conta com a adesão de várias seguradoras e é administrado pela CNSeg; o PASI (Plano de Amparo Social Imediado), da Mapfre; e agora a Zurich com a parceria com o banco Palmas no Nordeste. Temos também uma operação piloto da Allianz, a maior do mundo em microsseguros, no Sul do Brasil, mas poucos detalhes da operação foram revelados.
Um dos obstáculos é regulamentar a figura do agente de vendas. A Porto Seguro tenta há anos desenvolver uma parceria com corretores, para que eles treinem e liderem uma equipe de moradores das comunidades para vender apólices de vida. Mas o projeto encontra dificuldades. Ou a pessoa treinada arruma outro emprego e deixa o seguro de lado, ou a inadimplência desanima a todos. Quando o pagamento puder ser feito pelo celular, esses dois empecilhos poderão ser contornados. Esse foi um dos incentivos para a Porto entrar no ramo de telecomunicações.
Uma boa oportunidade de conhecer um pouco mais desse assunto é participar do evento que será promovido no Rio de Janeiro. Segundo nota no site da CNSeg, o executivo Dirk Reinhard, vice-presidente da Munich Re Foundation, chegará na cidade maravilhosa na semana que vem para tratar da organização da 7ª Conferência Internacional de Microsseguros evento programado de 8 a 10 de novembro, no Hotel Sheraton.
No Rio, ele será recepcionado pelo mercado em almoço no dia 16 de março, uma quarta-feira, a partir das 12h45, no Centro Empresarial (Rua Senador Dantas, 74). A 7ª Conferência Internacional de Microsseguros tem apoio da CNSeg, para quem o encontro será uma oportunidade única para os profissionais brasileiros compartilharem as experiências e informações de diversas partes do mundo sobre os desafios que pavimentam as ações para o desenvolvimento do microsseguro. O site de divulgação da conferência é www.microinsuranceconference.org/2011.