*matéria extraída do site da CNSeg (www.viverseguro.org.br)
Quatro assuntos preocupam os principais CEOs da indústria de seguros mundial: regulação, estabilidade dos mercados financeiros, mudanças climáticas e o desafio demográfico, informa recente boletim divulgado pela Geneva Association, entidade que reúne os principais executivos do setor no mundo, ao listar os temas da agenda das maiores seguradoras, resseguradoras e corretoras de seguros em 2011.
“O rumo da regulamentação da atividade de seguro internacional vai ser crítico para a indústria neste ano. Os grandes projetos regionais, como Solvência II, que ganharam status de referência mesmo fora da Europa, e projetos globais, tais como International Financial Reporting Standards (IFRS) e várias reformas da Associação Internacional de Supervisores de Seguros (IAIS), vão pautar as principais iniciativas das empresas de seguros em 2011”, diz Patrick Liedtke, secretário geral da Geneva Association.
Segundo o executivo, a associação tem atuado junto com reguladores internacionais e organismos de normalização, como a IAIS, o International Accounting Standards Board (IASB) e outros para ajudar a resolver questões complexas sobre como melhorar a regulamentação e a fiscalização da indústria de seguros. “Uma das formas é fornecer aos reguladores informações sobre o funcionamento do setor, de forma a deixar claro como opera e quais são os riscos sistêmicos da indústria de seguros”, explica Liedtke no comunicado.
Em relação à estabilidade financeira, a Geneva Association tem buscado esclarecer aos reguladores o quanto os riscos sistêmicos de seguradoras diferem dos riscos dos bancos.”Estamos envolvidos diretamente com os reguladores, alertando sobre os distintos papéis que as seguradoras e os bancos desempenham no sistema econômico de hoje. A chave é assegurar o bom funcionamento da indústria e preservar os interesses sociais que ela garante”.
Já o tema “mudanças climáticas” tem desafios enormes, o que significa dizer que há muitas oportunidades de trabalhos neste tema. As empresas do setor, por sua natureza de gerenciar riscos e estudar probabilidades, têm um banco de dados rico para poder ajudar o governo sobre as ações que podem ser tomadas para minimizar os impactos financeiros e sociais causados pelos efeitos climáticos nas economias dos países.
“Enquanto as negociações entre os governos dos países desenvolvidos estão praticamente paralisadas, com resultados desapontadores na reunião de Copenhagen e mais recentemente na reunião de Cancun, o desafio de buscar mecanismos para reduzir os efeitos causados continuam. O setor de seguros está disposto a desempenhar um papel mais significativo na direção de gestão de riscos e medidas de prevenção”, afirma Patrick Liedtke.
Por fim, o desafio demográfico. O aumento da longevidade e a queda da natalidade exigem não só a atenção das seguradoras, principalmente as de saúde e de previdência, como também dos governos e das empresas. Segundo a Geneva Association, a longevidade vai alterar a forma de organização da sociedade e, por isso, é preciso mensurar quais os novos riscos de ter mais idosos do que jovens no mundo, como organizar o mercado de trabalho, como estimular o acúmulo de recursos pelos jovens para que eles cheguem à velhice com recursos para viver com qualidade e até mesmo a infraestrutura do pais para atender a uma maior população de idosos.
“As soluções atuais de segurança para a velhice muitas vezes não são sustentáveis e precisam de reformas. A indústria de seguros pode trazer importantes contribuições para essas questões, que foram deixadas um pouco de lado pelos governos e empresas, em razão de outras questões mais urgentes como as já citadas. Mas este é um desafio de todos, que requer atenção desde já para não se tornar um tema ainda mais prioritário no futuro”, finaliza o diretor da Geneva Association.