A atividade de seguros e previdência permanece sendo uma importante fonte de receita para o conglomerado Bradesco. Dos R$ 10 bilhões de lucro líquido divulgado pelo banco Bradesco, 29% veio do braço segurador, com ganho de R$ 2,9 bilhões em 2010. O resultado foi 25% acima dos R$ 2,4 bilhões de 2009, beneficiado pelo aumento de 18% no faturamento, para R$ 31 bilhões, pelo menor desembolso de indenizações em relação ao volume de receita ( a sinistralidade caiu de 74,7% para 72,1%, resultando num aumento de R$ 450 milhões) e pelas generosas taxas de juros que remuneram as aplicações de renda fixa no Brasil.
O grupo Bradesco Seguros e Previdência tinha nada mais nada menos do que R$ 96,5 bilhões para aplicar no mercado financeiro. Praticamente 93% da carteira de investimento estava aplicada em renda fixa e o restante em ações, responsável por um resultado fraco em razão da bolsa ter encerrado o ano negativa, explicou Samuel Monteiro da Silva, diretor financeiro do grupo segurador.
O Bradesco é o banco que prioriza a atividade de seguros e previdência com mais ênfase dentro do sistema financeiro e por isso tem o maior ganho entre seus concorrentes. As seguradoras de bancos como BB, Itaú e Caixa, por exemplo, apresentam, em média, ganho equivalente a 10% do total consolidado do conglomerado. Em 2010, com o avanço dos concorrentes na área de seguros, o grupo intensificou a estratégia de conquistar os clientes do banco.
De acordo com Monteiro, em 2010 a seguradora conquistou 6 milhões em novos clientes, “Encerrar o ano com 36 milhões de clientes explica a melhoria dos resultados”, diz Monteiro. Cerca de 82% das vendas de planos de previdência são geradas dentro do banco. Praticamente o mesmo percentual de títulos de capitalização. Já em seguros, o maior volume de vendas vem de fora do banco, ficando 60% de vendas para não clientes e 40% para clientes. “Esse percentual já aumentou muito. Há três anos era de 25%. Nossa meta é chegar a 60% das vendas de seguros para clientes do banco num futuro próximo”, comentou.
A maior parte do resultado veio da operação de vida e previdência, com R$ 485 milhões, seguida por saúde (R$ 177 milhões), capitalização (R$ 63 milhões) e seguros patrimoniais (R$ 54 milhões). O patrimônio ficou praticamente estável em R$ 11 bilhões e as provisões técnicas evoluíram para R$ 87,1 bilhões. O retorno sobre o PL chegou a 26,3%.
Entre os principais indicadores do grupo, um dos destaques, além do lucro, está na evolução do faturamento. O braço segurador totalizou R$ 31 bilhões em 2010, 18% acima dos R$ 26 bilhões registrados em 2009. Desse valor, o seguro automóvel girou R$ 2,3 bilhões, alta de 20%. Apesar da forte concorrência no seguro de carro, a seguradora tem aumentado a sua base de clientes. O aprimoramento contínuo da precificação e criação de aplicativos de cálculo online contribuíram para o incremento da carteira, informa nota no balanço.
Os seguros patrimoniais, com residência, transporte, cascos marítimos e riscos comerciais, responderam por vendas de R$ 872 milhões. Vida e acidentes pessoais geraram faturamento de R$ 2,7 bilhões, evolução de 17,7%. Previdência privada aberta (VGBL, PGBL e planos tradicionais), um dos grandes destaques do grupo, foi responsável por arrecadar contribuições de R$ 14,4 bilhões, 15,4% acima do resultado obtido em 2009. A Bradesco Saúde exibiu R$ 7,4 bilhões em receita de prêmios de planos de saúde e odontológico. Já os títulos de capitalização encerraram o ano com R$ 2,48 bilhões em vendas.
Segundo explicações em nota divulgada à imprensa, os prêmios de seguros patrimoniais, que englobam seguro de carro, residência, riscos comerciais entre outros, correspondem a 10,9% do mercado. O faturamento acumulado até dezembro de 2010 foi 17,6% superior ao apresentado no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido apresentou uma redução de 8,8% em relação ao apurado em 2009, em função, substancialmente, da redução de capital ocorrida em dezembro de 2009, no montante de R$ 1 bilhão, que impactou o resultado financeiro.
Segundo comentário do balanço, nos seguros de Aeronáuticos e Cascos Marítimos, o intercâmbio com os gerentes do Bradesco Corporate e Bradesco Empresas vem sendo fortemente utilizado, aproveitando-se o incremento do mercado nas vendas de aeronaves novas, bem como no segmento marítimo, de construções navais.
O segmento de Transportes continua sendo foco prioritário, com investimentos fundamentais para a alavancagem de novos negócios, destacando- se a renovação do Contrato de Resseguro, que garante importante poder de automação à seguradora para avaliar e subscrever seus riscos e uma consequente maior competitividade em negócios, que apresentam melhor lucratividade como o seguro de transportes internacionais, voltado para embarcadores, que operam seus negócios no comércio exterior.
Na área de seguros massificados de Ramos Elementares, cujos seguros se destinam a clientes pessoas físicas, profissionais liberais e pequenas e médias empresas, o lançamento de novos produtos tem contribuído para o crescimento da base de clientes, que nos últimos 12 meses apresentou um crescimento de 28,7%, atingindo cerca de 3,3 milhões de clientes.
Segundo a seguradora, a alta se deu principalmente nos seguros residenciais, devido à criação de produtos específicos para os clientes do Banco Bradesco, como o Residencial Preferencial, e pela contratação conjugada do seguro Auto com o Residencial. Destaca-se também, o excelente desempenho de vendas do Bradesco Bilhete Residencial.
Denise Bueno, quero dar os parabéns por esta excelentíssima reportagem!
Sou um empresário do ramo empreendedor e investidor, e estarei a disposição para uma entrevista ou outros fins!
Grato!