Mais um estrangeiro investindo na indústria de seguros do Brasil. Desta vez o anúncio vem do Paraná Banco e do grupo americano Travelers, segunda maior seguradora dos EUA. Em nota, as empresas afirmam que assinaram, hoje um contrato para investimento na JMalucelli Participações em Seguros e Resseguros, holding de seguros controlada pelo Paraná Banco. Esta é a segunda vez que o grupo tem um sócio. O primeiro foi o fundo de private equity Advent.
Segundo nota, o investimento da Travelers possibilitará às empresas JMalucelli Seguradora, JMalucelli Resseguradora e a JMalucelli Seguradora de Crédito uma alavancagem operacional com ganhos estratégicos em diversos ramos de seguros. Mediante aporte no valor de R$ 625 milhões e a distribuição de dividendos ao Paraná Banco no valor de R$ 110 milhões, a Travelers tornar-se-á titular de 43,4% do capital votante da JMalucelli Participações em Seguros e Resseguros, avaliada previamente à realização do investimento e a distribuição de dividendos em R$ 925 milhões. A Travelers terá a opção, pelo prazo de 18 meses após a conclusão da operação, de aumentar sua participação para até 49,9% do capital votante da Companhia.
A conclusão da operação está sujeita a autorização da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) e também será submetida à aprovação pelas autoridades do sistema brasileiro de defesa da concorrência.
Veja a íntegra do comunicado:
O Paraná Banco e a Travelers entendem que os benefícios do contrato assinado, além da capitalização na holding de seguros, potencializando uma maior retenção de prêmios de seguro, proporcionarão o fortalecimento das operações de seguro garantia no Brasil, a exploração do mercado de resseguro garantia na América Latina e benefícios decorrentes de sinergia em know how. Além disto, o suporte de uma marca conhecida e respeitada internacionalmente como a Travelers, proporcionará à JMalucelli Seguradora e à JMalucelli Resseguradora um maior apoio de resseguradores internacionais, que são fundamentais na emissão de apólices de grande porte.
Outro ponto positivo desta operação será o ingresso das companhias de seguro JMalucelli no segmento de ramos elementares (Property and Casualty). A intenção é aproveitar a sinergia com a Travelers e todo o seu expertise neste produto para iniciar a atuação da JMalucelli neste segmento no Brasil.
Para Jay Fishman, Presidente do Conselho e Diretor Presidente da Travelers, “esta será uma grande oportunidade para a seguradora norte americana de ter acesso, por meio de um líder de mercado, a um país com uma das economias que crescem mais rápido no mundo”.
Já para Alexandre Malucelli, Diretor Vice-Presidente da JMalucelli Seguradora e Diretor Presidente da JMalucelli Resseguradora, esta parceria deve proporcionar as seguradoras JMalucelli uma maior rentabilidade dos seus negócios de seguro garantia no território brasileiro adicionado à expansão de suas atividades para o mercado latino e o ingresso em outros ramos de seguro. “Estamos entusiasmados com esta parceria que nos dará a oportunidade de atingir um outro patamar em termos de tamanho e abrangência das nossas operações. Isto é extremamente benéfico frente ao mar de oportunidades que virá com obras de infra-estrutura que o Brasil aguarda para os próximos anos e o próprio desenvolvimento do país”, conclui Malucelli.
O Paraná Banco e a J. Malucelli tiveram como assessor financeiro exclusivo para a operação o Banco BTG Pactual e como assessor jurídico o escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.
Cada vez mais o mercado de seguros vem ganhando vulto, neste sentido devemos pensar na ampliação do seguro de credito no Brasil. Tal seguro é operado em duas modalidades: credito interno e credito externo. No mercado interno a cobertura se restringe às vendas no mercado doméstico, apenas para riscos comerciais (atraso, recuperação judicial e falência). O seguro cobre o atraso do pagamento, sem necessariamente ter de haver a recuperação judicial e falência. Ja no caso de credito externo, além das coberturas normais o seguro também cobre o risco político, como guerra, greves, tumultos e atos do governo que possam causar a inadimplência de clientes do segurado.(Alexandre Uriel, Administrador Judicial e Conselheiro do CONJUR-FIESP)