O lucro líquido da indústria de seguros brasileira apresentou alta de 3% no período de janeiro a maio deste ano, para R$ 3,7 bilhões, segundo estudo divulgado pela consultoria Siscorp. O retorno sobre o patrimônio líquido obtido pelas seguradoras no período foi de 17%, bem acima da média mundial, em torno de 10%. O otimismo com o setor é grande. A estimativa para 2010 é de que o lucro das seguradoras brasileiras apresente alta de 34%, para R$ 10,1 bilhões.
Parte da justificativa desta evolução vem da projeção do aumento da taxa Selic pelo governo, como forma de conter o consumo e manter a inflação num patamar mais próximo da meta. Como praticamente toda a carteira de investimento das seguradoras está aplicada em títulos de renda fixa, o impacto do aumento dos juros é relevante na lucratividade das companhias.
Além da melhor rentabilidade dos investimentos, as seguradoras começam a colher frutos do investimento realizado nos últimos anos em subscrição de risco (cálculo mais adequado do preço do seguro diante do risco a que estão expostas) e tecnologia, com resultados melhores em pagamento de sinistros e redução de custos administrativos.
O maior lucro do setor vem da Bradesco Seguros e Previdência, com R$ 1,1 bilhão no acumulado do ano até maio. A Siscorp tem como base para o estudo os números enviados pelas companhias à Superintendência de Seguros Privados (Susep). O segundo maior lucro vem da Itaú Unibanco, com R$ 577 milhões até maio. Os terceiro e quarto lugares ficam com seguradoras ligadas ao governo. O Banco do Brasil aparece em terceiro, com R$ 337 milhões, e a Caixa Seguro em quarto, com R$ 335 milhões.
Na quinta e sexta colocações aparecem duas brasileiras. Porto Seguro com R$ 177 milhões e SulAmérica com R$ 126 milhões. As estrangeiras ficam com as quatro colocações seguintes do ranking das dez seguradoras mais lucrativas do Brasil. HSBC e Santander empataram na sétima colocação, com lucro líquido de R$ 110 milhões. Mapfre, com valores da Nossa Caixa considerados na proporção acionária no grupo Banco do Brasil, aparece em nono, com R$ 68 milhões, e Allianz em décimo, com R$ 59 milhões.