A Bradesco de Seguros e Previdência registrou crescimento em todas as linhas de negócios no primeiro semestre deste ano, segundo informou Marco Antonio Rossi (foto), presidente do grupo que é líder das vendas consolidadas do setor. “Conseguimos elevar em um ponto percentual o nosso market share e isso nos traz grande satisfação, pois para uma empresa que já é líder conseguir este resultado é porque a equipe se esforçou muito”, comentou o executivo durante a divulgação do balanço semestral do grupo.
O faturamento da Bradesco encerrou o semestre em R$ 14,3 bilhões, evolução de 23,7%. Com isso, a fatia do grupo considerando-se os dados acumulados pelo mercado até maio, passa para 24,6% de participação. O lucro líquido evoluiu 8%, para R$ 1,4 bilhão, o que significou 31% do ganho do banco, cinco pontos percentuais a menos do que os 36% registrados em mesmo período do ano anterior.
Segundo vice-presidente executivo da Bradesco de Seguros e Previdência, a menor participação no lucro do banco é um fato sem expressão, uma vez que a média de contribuição ao longo dos anos tem sido de 30%. “Os nossos olhos estão voltados para a concorrência. E neste quesito temos uma participação significativa. Nosso lucro representa 47% do resultado das seguradoras ligadas a bancos”, diz.
A rentabilidade sobre o patrimônio ficou em 27,38%, praticamente o dobro do índice que vem sendo divulgado pelas grandes seguradoras mundiais nos balanços semestrais. Os ativos financeiros passaram de R$ 76,4 bilhões, em junho de 2009, para R$ 88,51 bilhões em junho de 2010. Apenas 4% deste valor, segundo Monteiro, estavam aplicados em renda variável, o que poupou a carteira de investimento das perdas registradas pela bolsa brasileira no primeiro semestre do ano, com desvalorização de 11,6% entre janeiro e junho deste ano.
O crescimento no volume de vendas veio da conquista de novos clientes, ressalta Rossi. Segundo ele, o número de clientes avançou 16%, para 33,9 milhões no final do primeiro semestre deste ano, considerando-se segurados, participantes de planos de previdência complementar aberta e portadores de títulos de capitalização. Boa parte deste incremento foi creditada a melhora da economia do país.
De acordo com o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, 2 milhões de correntistas ascenderam socialmente nos últimos três anos. “São pessoas que mudaram de padrão de renda e notamos que nossos clientes passaram de uma faixa de R$ 700 a R$ 1,1 mil de renda para até R$ 4,5 mil”, comentou o executivo durante teleconferência.
Segundo Rossi, o grupo segurador está mais do que preparado para atender ao crescimento da demanda por seguro. “Os alicerces que construímos nos últimos anos tem capacidade para vários andares”, brincou. O executivo citou investimentos anuais de R$ 200 milhões, suficientes para que as empresas do grupo possam absorver o salto das vendas sem ruídos. O maior crescimento no semestre foi registrado no VGBL, com evolução de 28,91 %, seguido por automóvel e ramos elementares, com 28,19%; capitalização com 25%, saúde com 22% e vida, com 17%.
Mais clientes em carteira significa uma exposição maior a risco. Em razão das inundações nos estados do Nordeste em junho, o grupo elevou a provisão de indenizações em mais R$ 10 milhões, totalizando uma reserva para pagamento de diversos tipos de perdas em R$ 30 milhões no semestre. “Temos uma forte presença nos estados afetados, principalmente nas carteiras de automóvel e residência”, disse. O total pago em indenizações e benefícios atingiu R$ 10,1 bilhões, 16,7% a mais que os R$ 8,7 bilhões registrados no primeiro semestre de 2009.