* A jornalista viajou a convite da Aon Brasil
Uma mensagem que ficou clara em boa parte das palestras do evento promovido pela Risk & Insurance Management Society (RIMS), em Boston, em abril deste ano, é que os riscos podem ser gerenciados e reduzidos com a ajuda de programas de fácil compreensão. E quem não se preocupar em conhecer os riscos a que está exposto e buscar soluções para mitigá-los ou neutralizá-los poderá pagar um preço elevado.
O Enterprise Risk Management (ERM) tem sido uma das principais ferramentas para ajudar a previnir os riscos apontados como decorrentes da globalização. Poucas empresas tinham aderido ao programa, desenvolvido por diversas empresas no mundo, entre elas a Aon, até pouco tempo atrás. Segundo Laurie Champion, diretora da área Global Risk Consulting da Aon, o ERM tem sido cada vez mais procurado pelas grandes empresas, ansiosas por reduzir os riscos trazidos com a globalização da economia.
Pete Fahrenthold, presidente da comissão de ERM da RIMS e diretor de gestão de risco da Continental Airlines, comentou durante o lançamento de um estudo sobre ERM, que os gestores de riscos precisam analisar atentamente os riscos emergentes para garantir que a corporação terá longevidade, sem estar exposta a perdas ocasionadas em setores ou partes do mundo que sequer fazem parte da cadeia de produção da companhia.
As características dos riscos emergentes foram identificadas no novo estudo divulgado pela RIMS no evento. Entre elas o relatório cita o alto grau de incertezas gerado com o aquecimento global, pandemias, terrorismos e riscos financeiros. Exemplos dos riscos emergentes não faltam. Entre eles temos as complexas operações financeiras, principalmente as conhecidas como subprime, que derrubaram as economias ao redor do mundo em setembro de 2008 até a erupção do vulcão Eyjafjallajokull, na Islândia, evento que causou o maior caos aéreo do mundo no mês de abril.
Afinal, quem poderia imaginar que o simples fato de ter deixado de colocar uma tampa no poço de petróleo operado pela British Petroleum (BP) causaria o naufrágio da plataforma Deepwater Horizon, mataria 11 pessoas e ainda causaria o maior vazamento de óleo da história da indústria petrolífera, trazendo impactos no preço do seguro ao redor do mundo. “Muitos exemplos recentes mostram que os riscos emergentes precisam ser mensurados para tornar as operações menos suscetíveis a acidentes”, diz Champion.
Segundo a Aon, alguns princípios básicos podem ajudar na avaliação dos resultados do ERM. “Apesar de num primeiro momento parecer complexo, o ERM existe para facilitar o dia a dia da corporação”, diz Tom Wimberly, executivo da Aon Solutions. O primeiro de todos é o envolvimento e comprometimento do Conselho de Administração com o programa. Isso porque o ERM busca desenvolver uma cultura que incentiva a participação e responsabilização de todos os níveis da organização. Sem isso, o sucesso do programa fica comprometido.
Com a adesão dos diversos níveis hierárquicos da companhia, a geração de valor do programa logo será percebida, principalmente no que diz respeito à transparência da comunicação para formar uma base de dados capaz de agilizar as decisões, o planejamento e a estruturação dos negócios. Esta base é formada pelo levantamento de riscos do negócio em si, dos fornecedores e dos riscos atuais da economia globalizada.
Com o levantamento, o gestor de risco pode mapear os riscos e criar soluções, minimizando os impactos para a corporação, protegendo os ativos e a imagem da organização”, diz Wimberly. Outro benefício gerado pelo ERM, segundo os técnicos, é o melhor uso de capital, protegendo áreas mais expostas e otimizando recursos antes alocados de forma inapropriada ao risco.