As perdas econômicas causadas pelo terremoto no Chile, de magnitude 8,8, estão estimadas entre US$ 15 bilhões e US$ 30 bilhões pela Eqecat, empresa americana especializada em catástrofes naturais.
Segundo boletim divulgado no domingo, o valor representa algo entre 10% e 15% do PIB do Chile, maior produtor de cobre do mundo. A expectativa é de que algo próximo a 65% dos prejuízos resultem dos danos causados nas estruturas das residências, perdas comerciais representando até 30% e industriais outros 20%.
A Eqecat não comentou sobre estimativas de volume de pedido de indenizações para poder calcular a participação das seguradoras na reconstrução de parte das perdas do país, que contabilizava na noite de domingo mais de 700 mortes. Cerca de 1,5 milhão de residências foram danificadas, bem como estradas e pontes. Na capital Santiago, a televisão mostrou fábricas em chamas, prédios danificados e grande parte da população desabrigada, sem energia e telefone. O aeroporto ficou fechado no sábado e voltou a operar no final do domingo para vôos internacionais.
A Codelco a maior produtora de cobre do mundo, manteve ontem duas minas, El Teniente e Andina, fechadas. Juntas, elas produzem 600 mil toneladas de cobre por ano. A Anglo American informou que as minas Los Bronces e El Soldado, que estão sob seu controle, pararam de operar. A produção conjunta das duas é de 280 mil toneladas por ano. A estatal de petróleo, Enap, planeja importar diesel para compensar a suspensão das atividades de duas refinarias.
O Chile é o sexto maior mercado de seguros da América Latina, com prêmios anuais próximos de 5 bilhões de euros, o que representa quase 4% do PIB, sendo a maior parte referente a seguro de vida. Tem o segundo maior índice de vendas entre a população, com prêmio per capita de € 270. No entanto, a cobertura para danos causados por terremoto é cara e boa parte da população acaba não compra. O país tem cerca de 50 seguradoras, sendo as 10 maiores donas de 60% das vendas.