Consolidação do setor é destaque em noticiário

1199188013otwzji1Duas notícias sobre a consolidação da indústria mundial de seguros são destaques nesta quarta-feira. No Brasil, Bradesco e a Allianz negociam uma fusão, segundo o jornal Brasil Econômico. Nos Estados Unidos, o Wall Street Journal afirma que a MetLife está nos estágios finais da negociação para comprar uma das maiores unidades de seguro de vida internacional da AIG por algo entre US$ 14 bilhões e US$ 15 bilhões.

No Brasil, a Bradesco ter um sócio é um dos quatro grandes negócios esperados na indústria de seguros neste primeiro semestre. Qual o próximo capítulo da centenária SulAmérica, quem será o parceiro do Itaú Unibanco em grandes riscos e como ficará a nova estrutura do IRB são as outras indagações que fazem parte das conversas de executivos.

É um caminho natural o Bradesco ter um sócio na área de seguros. Assim como também é um caminho natural uma seguradora independente e especializada buscar um canal de distribuição para produtos massificados. Segundo a repórter Aline Lima, responsável pela cobertura do mercado financeiro, as negociações teriam começado em dezembro e ganharam força com a venda, sexta-feira passada, à própria Allianz da participação de 14% que o Itaú Unibanco detinha na seguradora.

Na verdade, a venda foi anunciada pelo Itaú Unibanco no final de dezembro, em fato relevante enviado à CVM, e já vinha sendo desenhada há tempos. A participação da Allianz no Itaú vem desde a época em que a seguradora alemã precisou vender a carteira de vida e previdência e encontrou o Itaú como comprador. A negociação determinava também que a Allianz não poderia operar em vida por alguns anos. Este prazo acabou em 2007 e desde então a seguradora alemã ensaia a sua volta ao segmento.

Desde que adquiriu o Unibanco, o Itaú vem reestruturando a área de seguros. O processo já resultou na parceria com a Porto Seguro, na venda da seguradora de saúde e no fim da parceria com a XL. Falta apenas saber o que será feito da participação acionária no IRB Brasil Re. E também que rumo dará a grandes riscos. O comentário mais evidente em todo o setor é que nem Bradesco nem Itaú estão aceitando fazer seguro de grandes riscos. Dois pratos cheios para as mais de 70 resseguradoras presentes no Brasil.

Segundo a matéria do Brasil Econômico, a Bradesco Seguros ficaria com 51% do capital social da seguradora alemã, garantindo o controle da operação, por uma quantia que não seria inferior a R$ 5 bilhões. Como as operações de maior volume da Allianz estão no segmento de automóveis que representam 52,7% dos prêmios, com o negócio a Bradesco Seguros assumiria o segundo posto no ranking de veículos, ultrapassando a SulAmérica e encostando na líder Porto Seguro Itaú.

É esperar para ver. Ainda mais se tratando de uma negociação entre duas seguradoras que fazem questão de ter o controle acionário.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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