JMalucelli e Chartis (ex-AIG) foram as principais empresas envolvidas na renovação do seguro da CCR, o maior grupo privado de concessões de infraestrutura do País. O programa de seguros de garantia (Facility) tem valor total de R$ 2,2 bilhões e renova as garantias dadas pela concessionária ao governo de que cumprirá os contratos em vigor. A apólice tem vigência de um ano.
A oferta de capacidade chegou a R$ 3,1 bilhões, o que mostra o apetite das resseguradoras, confirmando a tendência observada nos encontros anuais realizados, sendo o principal em Baden Baden (Alemanha). Durante os quatro dias que se reuniram com clientes, as resseguradoras deixaram claro que disponibilizarão farta capacidade para empresas com bom histórico de riscos.
O contrato contou com a intermediação da corretora CSCR, das seguradoras J. Malucelli, líder no mercado brasileiro, além da Chartis. Entre as resseguradoras, apoiaram o programa a JMalucelli Re, a Munich Re, o IRB – Brasil Re e um pool de resseguradoras mundiais.
“A CCR é uma das maiores compradoras de seguro de arantia do mundo, com uma exposição aproximada de R$ 1,4 bilhão. A conclusão deste negócio nos permite participar das novas oportunidades nos setores de concessão de rodovias, transporte de passageiros e inspeção veicular ambiental que devem surgir em 2010”, afirma o diretor-financeiro e de relações com investidores da empresa, Arthur Piotto, em nota.
A JMalucelli tem investido pesado na especialização. É a seguradora líder do garantia no Brasil há anos e a partir de 2008 também da América Latina. Em 2008, com US$ 115,2 milhões e mais de 42 mil apólices de garantia emitidas, liderou o ranking da região, à frente das três mexicanas que até então reinavam neste setor: Monterrey, Insurgentes e Sofimex. A tendência é de consolidar sua liderança com a resseguradora. A JMalucelli Re obteve recentemente autorização para atuar no Paraguai, Equador, Costa Rica e República Dominicana.
A Chartis volta com tudo depois da imensa crise que abateu o grupo em 2008 e fez o governo americano injetar mais de US$ 180 bilhões para evitar a quebra da maior seguradora do mundo, que levaria junto consigo outras importantes instituições financeiras. A Chartis também viabilizou as garantias do grupo Odebrecht nesta semana para garantir os desembolsos da agência de fomento CAF. Segundo divulgou a Bloomberg, analistas de seguros acreditam que a idéia é reconstruir a AIG por meio da Chartis, uma vez que esta estratégia se mostra mais bem sucedida do que o IPO previsto inicialmente pela direção do grupo.
Entre os futuros projetos no setor de concessão de rodovias estão a licitação dos trechos sul e leste do Rodoanel, a terceira rodada de concessões de rodovias no Estado de São Paulo, cerca de 6 mil quilômetros de estradas em Minas Gerais e a retomada do programa federal. Nas outras áreas de interesse, há a expectativa da expansão do metrô em Curitiba, Brasília e Porto Alegre, além dos projetos do Expresso Aeroporto e do Trem de Alta Velocidade, ligando as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.