O Brasil nunca viveu um momento tão positivo como este, segundo os participantes da 16ª Conferência da IAIS, que está sendo realizada esta semana no Rio de Janeiro e encerra-se no sábado. “Brasil é porto seguro para investidores”, disse Armando Vergílio, superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), aos mais de 500 participantes de vários países que participam do evento.
Além de ter sido o último País a entrar na crise e o primeiro a sair em razão dos sólidos indicadores macroeconômicos, o Brasil foi escolhido para ser o anfitrião de dois mundiais, a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Dois eventos que vão impulsionar ainda mais o crescimento do Brasil e da indústria de seguros.
O secretário estadual de Desenvolvimento, Julio Bueno, mostrou o Estado do Rio de Janeiro como uma grande força industrial do País. De acordo com o secretário, de 2010 a 2012, cerca de R$ 126 bilhões serão investidos no estado, boa parte em razão dos dois maiores eventos esportivos do mundo, a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016.
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, que representou o ministro Guido Mantega na abertura do evento, comentou algumas das principais realizações do Governo para o desenvolvimento socioeconômico do País, como os aumentos reais do salário mínimo, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o projeto “Minha Casa, Minha Vida”. “O Brasil voltou a crescer em todos os setores e, para 2010, esperamos atingir uma taxa de crescimento da ordem de 5%”, revelou.
Em virtude deste cenário, os investidores querem aportar seus recursos nas empresas brasileiras. “Prova disso são os vultosos aportes que estamos recebendo ultimamente”, acrescentou Vergílio. Realmente este fato pode comprovado pela demanda por emissões de papéis brasileiros, que têm ficado muito acima da oferta, seja pelo governo ou por empresas privadas.
Além dos recursos captados por emissões brasileiras, os recentes movimentos de fusões e aquisições no setor comprovam que a indústria de seguros é um lugar para estar investido nos próximos anos. Só em 2008, foram anunciadas mais de 13 intenções de fusões e aquisições importantes. Entre as mais recentes temos Bradesco e Odontoprev, Banco do Brasil com Mapfre e IRB Brasil Re e Porto Seguro com Itaú Unibanco.
Para acompanhar todas estas mudanças, Vergilio, citou os principais pontos da reestruturação pela qual a autarquia vem passando. “Realizamos grandes investimentos em nossa área de TI e mudamos para uma nova sede, mais moderna e adequada para abrigar nossos servidores”. Além disso, a Susep recebeu autorização ontem do governo para realização do concurso que criará 284 postos na Susep. “Esperamos que o novo organograma proposto, que contempla 34 cargos de direção, seja assinado em breve pelo presidente Lula”, antecipou.
O investimento em pessoas é um ponto importante para a Susep, uma vez que a autarquia adota um modelo de supervisão preventivo, baseado nos controles internos das empresas. “A principal mudança da Susep está em curso e é conceitual, pois queremos ser, cada vez mais, uma entidade de fomento do setor, moderna, forte e atuante, com foco no desenvolvimento com responsabilidade”, disse Vergílio.
Nelson Machado parabenizou a Susep pela condução do setor durante a crise, creditando à autarquia os méritos pelo bom desempenho do mercado. “A indústria do seguro passou incólume pela crise graças ao modelo de solvência adotado pelo órgão regulador. Temos que registrar esse feito e lembrar que o setor movimentou, em 2008, R$ 96 bilhões em prêmios, obtendo expansão de 15% e gerando mais de 200 mil empregos”.
Este modelo de fiscalização foi o responsável pelo mercado de seguros ter passado sem problemas pela crise financeira mundial que assolou várias economias. “O Brasil passou pelo momento mais crítico com robustez inimaginável e o mercado de seguros nacional mostrou extremo vigor, inclusive apresentando expressivo crescimento no primeiro semestre desse ano. Foi um período de reflexão para identificarmos novas oportunidades”, disse o presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar.
E um país se faz por pessoas qualificadas. Por isso a importância da Escola Nacional neste momento em que o mercado de seguros começa a deslanchar, sustentando a economia brasileira. A Escola é a instituição de ensino qualificadora do mercado como um todo. “Sem ela não há mão-de-obra capacitada e, sem educação, não há crescimento do setor.” Na última década, mais de 34 milhões de brasileiros ascenderam de classe social. É um novo país de potenciais consumidores de seguros. Para atender a essa nova classe compradora, Bittar acredita que o corretor de seguros tem papel fundamental. “O corretor é o grande sustentáculo de crescimento do setor, pois pode identificar nichos pouco explorados e conferir capilaridade ao seguro”, afirmou.