O excesso de regulamentação na indústria de seguros foi o alvo do discurso do Lord Peter Levene, presidente do Lloyd’s, durante o jantar anual do principal mercado de seguros do mundo realizado ontem.
Autoridades reguladoras dos principais países do mundo preparam novas regras para as instituições financeiras, com o objetivo de evitar a ocorrência de uma nova crise financeira. O setor de seguros está incluído neste pacote. Levene buscou mostrar as diferenças entre as seguradoras, bem menos afetadas pela crise, dos bancos, defendendo que as companhias de seguros e de resseguros operam de forma diferente e por isso necessitam de regulamentações distintas.
Outro ponto criticado pelo executivo foi a redução de apetite das seguradoras por risco. “As seguradoras vendem segurança quando compram risco. E sem essa troca, não há crescimento, não há inovação”.
A redução do apetite das seguradoras e resseguradoras praticamente fez desaparecer a oferta de alguns tipos de seguros,como o de crédito e de garantia, além de encarecer outros nichos, como o de responsabilidade civil do executivo.
No Brasil, um caso típico é o da Centras Elétricas de Santa Catarina (Celesc). A estatal já realizou diversas licitações sem conseguir atrair sequer uma seguradora. Segundo informações da empresa, a justificativa das seguradoras locais é a falta de capacidade de resseguro para o risco.