A principal notícia do dia é que mais uma vez o Copom reduziu a taxa de juros da economia. Com a Selic a 8,75%, o nível mais baixo da história, as margens das seguradoras tendem a diminuir e as empresas precisam se tornar eficientes, pois a rentabilidade obtida na aplicação sobre os recursos gerenciados pela seguradora na renda fixa torna-se menor.
Além disso, a concorrência está mais acirrada. Vários bancos, ontem mesmo, divulgaram comunicado sobre redução de juros de diversos financiamentos. Com spread menor, os bancos passam a buscar outras formas de ganhar dinheiro, e o seguro é a que mais tem estado em pauta nas reuniões dos banqueiros.
Isto quer dizer que a concorrência irá aumentar e será difícil para as seguradoras materializarem reajuste no preço do seguro, principalmente no de carro. Algumas já fizeram em março e o resultado tem sido a queda de faturamento no consolidado de junho.
Segundo executivos de várias seguradoras, o balanço semestral já trará um cenário menos positivo do que o apresentado no ano passado. Entre as principais estratégias para se adequar a este novo cenário de taxa de juros de um dígito temos a ampliação da oferta de produtos, busca por canais de distribuição, redução de despesas e migração do portfolio de aplicações para ativos de maior risco, deixando o porto seguro dos títulos públicos, onde estão mais de 90% da carteira de investimentos de quase R$ 180 bilhões das companhias de seguros.
Várias opções de títulos privados começam a surgir. Ontem, a Brasil Foods, novo nome Perdigão, encerrou captação de R$ 5,3 bilhões. A Natura deve captar R$ 1,6 bilhão na oferta que se encerra no próximo dia 28. O apetite dos investidores está mais aquecido, como mostrou o IPO da Visanet, o maior do mundo até agora neste ano, com R$ 8,4 bilhões. Só deve perder a liderança com a emissão da China State Construction Engineering, que deve captar quase US$ 6 bilhões, ou seja, R$ 11,4 bilhões. Com taxas de juros menores, o investimento tende a ser canalizado para a produção, gerando empregos, aumentando a renda, girando o crédito. O que trará mais desenvolvimento para o País, com oportunidades para todos os setores, especialmente o de seguros.