Consumidor prioriza idoneidade a preço

42-17666153Engana-se quem pensa que o consumidor prioriza preço na hora de escolher uma seguradora. Segundo pesquisa divulgada pela IBM no II Seminário Internacional de Marketing & Vendas Vida e Previdência, realizada nesta quinta-feira 30, em São Paulo, 76% dos brasileiros entrevistados vêem a honestidade e a confiança como características essenciais para a contratação de um serviço de seguro, sendo mais importantes que o preço e a inovação de produtos.

A pesquisa da IBM “O consumidor do futuro”, com foco no setor de seguros, entrevistou 4,4 mil consumidores em 11 países para saber como eles agem, avaliam e se comportam em relação a esse tipo de serviço. No Brasil, foram entrevistadas 422 pessoas. “Os resultados no País apontaram que há muito espaço para as seguradoras brasileiras inovarem em produtos e serviços, oferecendo apólices mais flexíveis e com coberturas mais abrangentes”, diz Roberto Ciccone, responsável pela área de seguros da IBM Brasil.

Segundo a pesquisa, 44% dos brasileiros confiam nas seguradoras, o que demonstra que os clientes ainda têm um certo receio e sentem falta de transparência na indústria. “Este é um dado relevante para que as empresas possam desenvolver ações para conquistar o consumidor, como ter contratos mais claros e que não deixem dúvidas quanto ao que está sendo garantido”, acrescenta Ciccone.

De acordo com o executivo, diante do clima de desconfiança do cliente em relação a idoneidade da seguradora, o corretor de seguro ganha um destaque especial como ponto de contato e referência do consumidor em relação ao produto e à seguradora. “O brasileiro confia mais no corretor do que na empresa seguradora”, diz.

Cerca de 40% dos entrevistados demonstraram insatisfação em relação às companhias, principalmente no tratamento dado no momento do sinistro. “Este dado traz uma grande oportunidade do corretor deixar de ser obsoleto e inovar no atendimento ao cliente com produtos diferenciados e que atendam as suas reais necessidades”, diz o executivo.

Além disso, outro resultado da pesquisa mostra que é preciso ampliar a segmentação dos clientes para critérios além dos sócio-econômicos. Isso porque o brasileiro busca conveniência, preferindo produtos customizados, mesmo que tenha de pagar mais por eles.

“As seguradoras precisam acompanhar o mercado de perto, prestando atenção aos valores e atitudes dos consumidores. Nesse sentido, a tecnologia se apresenta como importante aliada na construção dessa nova inteligência de negócio. Por exemplo, clareza e simplicidade nos produtos e nos processos, consideradas questões fundamentais, podem ser alcançadas a partir de dados consistentes ou aplicativos e processos integrados.

Desta forma, otimização e eficiência são palavras-chave para o sucesso de uma seguradora neste cenário de taxas de juros declinantes. Além disso, a tecnologia pode ajudar no desenvolvimento e implementação de produtos inovadores, mais inteligentes e adequados às necessidades dos clientes”, avalia Ciccone.

Outras atitudes mais evidentes nos brasileiros em relação a seguros são a boa aceitação para coberturas abrangentes (88%), a aprovação a ações de prevenção de acidentes (87%) e a visão positiva em centralizar os seguros em uma única companhia (85%).

A análise evidenciou ainda diferenças de comportamento para aquisição de seguro entre os diversos países latinos. A Argentina, por exemplo, segue atitudes e preferências mais parecidas às dos consumidores europeus – focadas na relação custo x benefício -, enquanto o Brasil é considerado um mundo à parte, com conceitos e padrões de comportamento próprios.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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