Crise afeta balanços da Allianz, Generali e ING

42-20910232Os balanços do primeiro trimestre do ano continuam trazendo perdas. Allianz, Generali e ING divulgaram hoje seus balanços com resultados afetados, em grande parte, pela desvalorização dos ativos com a crise financeira, a pior desde o crash da Bolsa de Nova York, em 1929.

O grupo Allianz, maior seguradora da Europa, registrou faturamento de 27,7 bilhões de euros no primeiro trimestre deste ano, alta de 2,8%. O lucro líquido despencou de 1,15 bilhão de euros para apenas 29 milhões de euros no período analisado. As operações de ramos elementares (property & casualty) tiveram faturamento estável em 13,9 bilhões de euros. Porém, a lucratividade registrou queda 1 bilhão de euros para 431 milhões de euros. O lucro operacional de ramos elementares recuou de 1,5 bilhão de euros para 970 milhões de euros. O índice combinado ficou em 98,5%, alta de três pontos percentuais e meio.

Nas operações de vida, o faturamento registrado pela Allianz foi de 13 bilhões de euros, acima dos 12,3 bilhões de euros do primeiro trimestre de 2008. O lucro líquido da carteira de vida retrocedeu dos 452 milhões de euros para 321 milhões de euros. O lucro operacional saiu dos 589 milhões euros para 402 milhões de euros, segundo nota divulgada sobre o balanço trimestral do grupo.

Segundo informou em nota Helmut Perlet, chief financial officer (CFO) da Allianz, o grupo está capitalizado, o portfólio de investimentos tem qualidade e o lucro operacional mostra profissionalismo. “A disciplina na subscrição de risco continua sendo prioritária, assim como temos buscado eficiência nos progra mas de gerenciamento de risco e de regulação de sinistro. Nas renovações de abril os preços dos programas de seguros melhoraram após quase três anos de mercado soft (com preços em queda)”, informou Perlet.

A crise financeira trouxe uma perda de 793 milhões de euros no primeiro trimestre do ano para o grupo holandês ING, que no mesmo período do ano passado havia lucrado 1,54 bilhão de euros. A perda veio da área de seguros, com baixa de 824 milhões de euros. Nas operações bancárias, o grupo registrou ganho de 519 milhões de euros.

O total de prêmios recuou, passando de 10,7 bilhões de euros para 8,9 bilhões de euros no primeiro trimestre deste ano. O índice combinado das operações de ramos elementares subiu de 93% para 109%. Segundo o presidente do Conselho de Administração, Jan Hommen, “a volatilidade do mercado acionário continua sendo um desafio, tornando a redução de custos e riscos uma prioridade para fortalecer o grupo”. O ING, que no Brasil é sócio da SulAmérica, também iniciou no ano passado uma reestruturação profunda da gestão dos negócios, visando dar mais transparência às operações bancárias e de seguros, separando-as em operações distintas.

A seguradora italiana Generali divulgou hoje queda de 89% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano, que ficou em US$ 140 milhões. No mesmo período do ano passado, a seguradora havia registrado ganho recorde de US$ 1,4 bilhão. Os prêmios totais ficaram praticamente estáveis em US$ 25 bilhões, com os prêmios de ramos elementares apresentando alta de 3,4%, para US$ 8,9 bilhões. O índice combinado subiu três pontos percentuais, para 96,3%, principalmente pelo crescimento no volume das indenizações no seguro de carro causado pelo excesso de chuvas na Europa. Segundo nota divulgada pelo grupo, a desvalorização dos ativos, de US$ 2 bilhões, foi a principal responsável pela queda do lucro do primeiro trimestre.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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