O Brasil manteve a avaliação de médio-baixo risco político na 16º edição do mapa mundial de risco político elaborado por especialistas da Aon Corporation e da Oxford Analytica, divulgado hoje no País. Mesmo com o agravamento da crise internacional, a percepção da consultora de riscos foi de manutenção (estabilidade), mas com perspectiva de melhora. Para os outros países da América Latina, que dependem excessivamente da exportação de commodities, como a Venezuela, as perspectivas não são muito positivas.
“Esses países vem sentindo muito a depreciação no preço das commodities, mas mesmo assim continuam com a tendência de nacionalização em cima de recursos naturais”, informa a Aon em comunicado. Em relação ao mercado de seguros, a região da AL, com exceção do Brasil e, de certa forma, da Argentina, é uma região sem grandes problemas.
A percepção de risco é melhor em comparação a outras regiões, mas a AL é propensa a sentir com mais gravidade a depreciação dos custos das commodities (commodity crunch). Na América do Sul, o destaque ficou para Colômbia, que passou do risco médio-alto para média. A percepção de risco político melhorou em geral nos países com risco médio-baixo.
O contrário ocorreu com países do Leste Europeu, em razão do risco de crédito. Países que estavam com uma situação muito ruim estão se deteriorando ainda mais, como Afeganistão, Irã, Iraque, Zimbábue, que passaram do risco alto para o muito alto.
O mapa é uma ferramenta que auxilia as empresas a identificar e conhecer com mais profundidade os riscos políticos que impactam diretamente nas atividades comerciais em cada país. O mapa quantifica e qualifica os riscos políticos e econômicos de 209 países. O objetivo é qualificar os riscos de transferências e não convertibilidade de moedas, greves, desordem e comoção civil, guerra, terrorismo, dívida soberana, interferência política, interrupção da cadeia de suprimentos, riscos legais e regulatórios.
Por meio do cruzamento das informações econômicas e políticas reunidas pelos acadêmicos da Oxford com o conteúdo do banco de dados mundial da Aon sobre o mercado de seguro político mundial é possível traçar um cenário tanto para os clientes como para a própria corretora na formatação de programas mundiais de seguros.
Ao identificar riscos políticos, além de poder assessorar clientes em formas de mitigá-los, a corretora faz uma sintonia fina na apresentação de coberturas e preços. Dessa forma, torna o trabalho de colocação do programa de seguros no mercado mundial uma tarefa mais fácil nestes tempos de falta de liquidez e insegurança sobre se o pior da crise realmente já passou.
Os três principais riscos políticos desta edição envolvem inconvertibilidade de moeda (inabilidade de converter a moeda local em moeda forte para fazer pagamento abroad, não apenas de compras, mas dividendos, repagamento de dívidas, etc); violência política (danos físicos à ativos de empresas causados por guerra, revolução, sabotagem, terrorismo, etc) ; expropriação (ações ilegais, arbitrárias e discriminatórias por parte do governo local, que venham impedem as empresas de terem acesso aos investimentos, ativos que o país tenha, etc).
*matéria veiculada no site www.fenaseg.org.br