Marítima faz aporte de R$ 76 milhões*

cazdyrx9catlrdr3caxdb2fpcayv5yuacaaps1iccaxl4xzecan5pj1vcabr5dj8ca7blthica6r0rnyca296rg2ca2tszbmca9w3e3ecalq227ycamwc8xbca737hbecapeay1dcabl4wgwcayozie41A Marítima Seguros anuncia hoje um aumento de capital de R$ 76 milhões, elevando o patrimônio da seguradora para R$ 165 milhões. Com a capitalização, a companhia ficará enquadrada nas novas regras de solvência do mercado de seguros e terá folga para aguardar um momento melhor do mercado financeiro para fazer o IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) agendado desde agosto do ano passado.

Os acionistas irão integralizar nesta terça-feira cerca de R$ 69 milhões, informa Milton Bellizia, diretor administrativo e financeiro da Marítima. Os R$ 7 milhões restantes dependem dos acionistas minoritários, que têm 30 dias para fazer a integralização. “Os atuais controladores apostam no mercado brasileiro e querem fortalecer a companhia para que ela entre neste novo ciclo do setor, mais globalizado com regras de solvência próxima dos padrões internacionais e abertura do resseguro.”

O lançamento de ações, cujo pedido foi registrado no final de agosto do ano passado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), já foi cancelado no início deste mês. Segundo o executivo, a empresa não desistiu de fazer a oferta. Apenas mudou a sua estratégia de abertura de capital. “Estamos com o prospecto para a nova emissão pronto, mas vamos esperar o melhor momento”, diz.

A intenção era entrar no Novo Mercado e captar até R$ 500 milhões com a emissão de ações ordinárias, segundo normas da Bovespa para empresas que querem fazer parte desse grupo. Elas só podem emitir ações ordinárias, com direito a voto. Trata-se do mais alto nível de governança corporativa, que conta com 94 empresas, entre elas a Porto Seguro, única seguradora listada.

Depois de obter a aprovação da CVM para fazer o IPO, a Marítima iniciou o road show no mercado local e internacional, em setembro do ano passado. No entanto, percebeu que os investidores estavam com pouco apetite pelos papéis em razão da falta de clareza sobre a extensão da crise das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos (subprime).

Decidiu, então, esperar. Neste período, advogados e bancos de investimento que assessoram a Marítima a convenceram de que a melhor estratégia seria entrar no Nível 2 da Bovespa e, em vez de ações ordinárias, emitir units, compostas por uma ordinária e duas preferenciais (sem direito a voto), limitando o poder de controle dos investidores.

A Bovespa criou as units para permitir que bancos e seguradoras, que não têm interesse em perder o controle da instituição, pudessem ser listados na bolsa. A SulAmérica está no nível 2 e captou R$ 775 milhões com a emissão de units em setembro do ano passado.
“Percebemos que os investidores buscam liquidez e por isso optamos pelas units, pois assim podemos fazer uma emissão maior, de até 70% do capital da companhia.” Segundo ele, o prospecto está pronto, aguardando apenas o melhor momento para a oferta.

Destino dos recursos

Com a emissão anterior, o grupo pretendia usar cerca de 80% dos recursos para elevar a margem de solvência, 10% para investimentos em tecnologia da informação e melhoria de processos internos. Do total, 4% seriam aplicados em capital de giro, 3% no desenvolvimento de novos produtos e 3% na expansão geográfica. Agora, a intenção é captar US$ 350 milhões, quase R$ 700 milhões, e o uso será o mesmo. Bellizia lembra o caso da Porto Seguro. “Ela estava preparada para fazer o IPO em 1999 e depois de tantas crises só fez a abertura em novembro de 2004. É preciso ter paciência para ter um bom resultado.”

Em 2007, a Marítima registrou lucro líquido de R$ 15,7 milhões, abaixo dos R$ 23,7 milhões do ano anterior. Os prêmios de seguros totalizaram R$ 929 milhões, crescimento de 8% em relação aos R$ 854 milhões de 2006. Cerca de 36% das vendas vêm do seguro automóvel e 30%, do saúde. Os ativos totais do grupo ultrapassaram R$ 817 milhões e as provisões técnicas R$ 360 milhões.

*Matéria publicada por Denise Bueno na Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 2

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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