A Bradesco Seguros e Previdência divulga amanhã seu balanço social. “Os números mostram o que devolvemos à sociedade. Ou seja, os riscos cotidianos que os segurados preferiram repassar para a seguradora e que efetivamente aconteceram, seja de sua saúde, de seu patrimônio ou mesmo de seu futuro”, diz Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do maior grupo segurador do Brasil e também da América Latina.
Em 2007, a Bradesco faturou R$ 21 bilhões. Considerando-se o ganho financeiro, o resultado sobe para R$ 29 bilhões. As indenizações, resgates de planos de previdência e pagamento de aposentadorias totalizaram R$ 13,9 bilhões, acima dos R$ 12,3 bilhões em 2006. Em saúde, o grupo pagou R$ 3,4 bilhões referentes ao atendimento de 41 milhões de procedimentos médicos. “Pouco mais de 15 eventos por segurados. O que mostra a demanda e o papel social da saúde suplementar”, frisa Trabuco.
Na área de bens patrimoniais e responsabilidade civil, as indenizações totalizaram R$ 2,59 bilhões, com 387 mil atendimentos. Em previdência e vida, onde são considerados benefícios, pecúlios, aposentadoria, resgates e seguros prestamistas, o grupo desembolsou R$ 6,4 bilhões para atender a solicitações de 644,3 mil pessoas.
De acordo com Trabuco, poder dar esse retorno à sociedade e também ser rentável é fruto de ser uma seguradora com presença em todo o Brasil, o que lhe garante ter uma market share de 25,3%. O lucro líquido do grupo em 2007 foi de R$ 2,3 bilhões, o que chega a representar 30% do resultado do banco.
“Estamos preparados para o futuro. 2007 foi um ano em que se buscou equilíbrio harmônico entre todos os ramos, que passaram por ajustes. Em saúde, por exemplo, tivemos aumento das provisões, o que nos deixou preparado para o futuro, para o aumento da competição com a evolução do mercado interno.”
Para 2008, Trabuco diz que por ser uma seguradora multilinhas, o foco está em todas as direções: saúde, ramos elementares, capitalização, além de vida e previdência. O objetivo é crescer acima de 12%. A novidade neste ano é a criação da quinta área de atuação do grupo segurador: a Bradesco Dental. O produto era vendido por meio da Bradesco Saúde e agora ganhou vida própria e já começa com 735 mil clientes em apólices grupais.
Em quase todas as áreas a Bradesco detém a liderança ou vice liderança. VGBL, um produto de acumulação de renda, movimentou prêmios de R$ 8,4 bilhões, com 41% do mercado e 63% das vendas de seguro no grupo. Em automóvel ocupa a segunda posição, com prêmios de R$ 1,8 bilhão. Sua participação neste segmento é de 13,8% e o produto representa 14% do mix de seguros. Vida e acidentes pessoais a receita de prêmios foi de R$ 1,7 bilhão, com 16,4% de participação, que representa cerca de 12,6% das vendas de seguros.
Um produto que destoa dentro do grupo é o seguro prestamista, aquele que garante o pagamento de uma dívida em caso de morte ou invalidez do titular. Apesar de o banco Bradesco ser o maior banco privado em crédito, a seguradora ocupa o oitavo lugar no ranking de prestamista, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), com prêmios de R$ 94 milhões. É superada pela Mapfre, Santander, Tokio Marine (ABN Amro Real), Unibanco AIG, HSBC, Cardif e Banco do Brasil. Porém, está à frente do principal concorrente, o Banco Itaú, com prêmios de prestamista de R$ 80 milhões. “Começamos a atuar neste segmento há menos de dois anos e acreditamos que vamos crescer aceleradamente”.
Segundo ele, 2008 será um ano mais competitivo do que os outros anos. “Só o recente aumento do salário mínimo vai injetar R$ 20 bilhões na economia. Isso significa dizer que o perfil de renda está mudando e isso possibilita que o consumidor possa comprar seguro. Todos os operadores estão atentos a isso e preocupados em desenvolver produtos com cobertura e preço adequados.” Das 100 maiores empresas do País, 40 são clientes no ramo corporativo e 38 em saúde.
Outra arma para enfrentar a concorrência é treinar seus profissionais e corretores. O programa Universeg completou três anos. No ano passado, o curso registrou 92 mil participações, sendo 76 mil presenciais e 15,8 mil online. Também formou a primeira turma de MBA in Company, em parceria com o IBMEC.
*matéria da autora publicada na Gazeta Mercantil em 04/03/2008