Estudo mostra o setor no ano 2020

Foco das empresas será no cliente e não mais no produto, que terá preço personalizado. Como será o mercado de seguros em 2020? Segundo um estudo mundial da IBM, o consumidor terá à sua disposição produtos totalmente inusitados em razão de uma série de transformações previstas para os próximos anos no gerenciamento das companhias de seguros dentro de uma realidade de negócios muito competitiva.

“O consumidor vai determinar o preço, os serviços e os produtos. Será uma nova realidade, mais dinâmica, com preços personalizados”, disse Mônica Tavares do Amaral, gerente de soluções em seguros da IBM para a América Latina.
A executiva apresentou neste mês aos seguradores brasileiros o estudo “Seguro em 2020: Inovando Além dos Modelos Antigos”, no qual foram entrevistados 35 dos principais executivos das maiores seguradoras do mundo, sendo dois deles no Brasil. “O nosso objetivo é dar perspectivas dos desafios que eles terão e quais as estratégias que a IBM sugere para as companhias serem inovadoras”, informou Mônica.

A maioria dos participantes do estudo concorda que a indústria de seguros precisa evoluir para atender às necessidades de uma base de clientes em transformação e que os atuais sistemas de operação ameaçam a capacidade de inovação da indústria. “Se você pegar um ex-executivo dos setor que ficou parado 20 anos e o colocar para trabalhar agora, ele precisará de um dia de treinamento e estará apto”, exemplificou Mônica, para ressaltar o atraso tecnológico do setor, que segundo ela é o mesmo há 40 anos. “Já no setor bancário isso seria impossível diante do avanço dos processos já assimilados”, disse a executiva da IBM, a gigante da informática que tem 15 mil profissionais somente para atuar em seguros. “Por este potencial, esta é uma área que a IBM aposta e investe muito”, disse.

O estudo traz diversas tendências, criadas após simulações das situações que forçarão a indústria a se transformar. Como será o consumidor em 2020?, por exemplo. “Ele não gosta de receber comunicação via celular e por isso a seguradora não poderá desenhar uma campanha usando esse meio para eles”, citou.

Outra tendência é não precificar mais o seguro de carro, por exemplo. “Uma seguradora americana conhece tão bem o seu cliente que ela dá o preço após o preenchimento de alguns dados. Se quiser retê-lo, dá um desconto abaixo do preço praticado pela concorrência. Caso contrário, sugere a ele nomes das concorrentes.”

Mônica conta um pouco do dinamismo dos produtos. “Na Inglaterra por exemplo, há clientes que pagam o seguro de carro pela quilometragem. Quem roda pouco, paga um valor inexpressivo. Já para quem roda muito, vale a pena procurar outra opção”, citou. Há também os clientes que topam instalar rastreadores para pagar menos. Os que rodam até as 18 horas, pagam menos do que aqueles que circulam de madrugada, onde o risco de assalto é maior”, disse. Outro exemplo é o uso do carro nos finais de semana. “As pessoas que só usam o carro no fim de semana hoje pagam o mesmo preço daquelas que usam todos os dias. Seria mais justo a diferenciação”, comenta.

A tecnologia também é uma situação que força a indústria a se transformar. “Quem quiser atuar no varejo, por exemplo, tem que investir forte em tecnologia, pois um varejista jamais aceitará um parceiro sem sistemas eficazes”, disse.

Segundo o estudo da IBM, a seguradora do futuro vai tercerizar todo o processo de retaguarda e se focar no conhecimento do cliente, na precificação de produtos, geração de campanhas de marketing baseada na inteligência que a seguradora adquire. “O departamento de marketing poderá ser na Ásia, a administração de sinistro na Europa. O foco será gerir o risco do negócio e não as atividades de back office”, explicou a executiva. “As pessoas procurarão consultores de serviços financeiros para obter conselhos quando navegarem nos mercados de serviços financeiros e de seguros.

*Matéria da autora publicada na Gazeta Mercantil em 29 de Maio de 2007

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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